A Suprema Corte dos EUA não anulou as acusações criminais de Donald Trump por tentar reverter os resultados das eleições de 2020, como ele havia pedido, mas decidiu que o ex-presidente tem “imunidade parcial” nos processos.
Com isso, é possível que Trump chegue às eleições de novembro com apenas um dos quatro casos criminais contra ele tendo ido a julgamento.
Segundo os juízes, em uma votação de placar 6 a 3, um tribunal de apelações federal foi muito categórico ao rejeitar os argumentos de imunidade de Trump. É a primeira vez que a Corte delibera que que ex-presidentes estão protegidos de processos por alguns atos oficiais realizados durante o mandato.
A maioria ordenou que os tribunais inferiores revisitem o caso para decidir até que ponto as alegações estão fora dos limites da acusação.
“O presidente não está acima da lei […] Mas o Congresso não pode criminalizar a conduta do presidente ao cumprir as responsabilidades do Poder Executivo sob a Constituição”, escreveu o presidente da Corte, John Roberts.
O ex-presidente norte-americano se tornou réu por fraude contábil no dia 30 de maio. Ele foi condenado por esconder um pagamento de US$ 130 mil destinado a silenciar a atriz pornô Stormy Daniels durante a eleição de 2016, na qual ele venceu Hillary Clinton, do Partido Democrata.
De acordo com a acusação, o pagamento foi utilizado para ocultar a relação com Daniels e, assim, influenciar o processo eleitoral.
Eleições nos EUA: em 1º debate, Trump se destaca e Biden hesita
O atual presidente dos EUA, Joe Biden, e seu antecessor, Donald Trump, se enfrentaram em um debate presidencial, na noite da última quinta-feira (27), pela primeira vez em quatro anos.
O republicano adotou uma postura agressiva, lançando ataques contínuos ao democrata, que por sua vez, mostrou-se hesitante e confuso em diversos momentos.
Trump reiterou suas alegações sem fundamento sobre a eleição de 2020, enquanto Biden respondeu de maneira rápida, mas às vezes perdendo o foco. Durante o debate, Biden acusou Trump de mentir e de ser uma ameaça à democracia.
Jornalistas e analistas políticos avaliaram que a atuação de Biden foi fraca. Sua campanha busca minimizar o impacto negativo, alegando que ele se destacou em questões relevantes, mesmo sob pressão em diversos momentos.
Ele cometeu equívocos em números importantes, como a quantidade de novos empregos gerados durante sua administração e os limites para os custos de medicamentos e insulina, que são elementos centrais de sua campanha de reeleição.
Trump, em vários momentos, atacou Biden diretamente, chamando-o de “fraco” e alegando que líderes globais “riam” dele. Ele reiterou que os conflitos na Ucrânia e entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza não teriam ocorrido durante sua administração.
Outro tema destacado foi a gestão de Biden na fronteira, com Trump frequentemente mencionando a questão da imigração ilegal.
O republicano acusou o presidente de permitir a entrada de “terroristas” e “criminosos”, além de sugerir que a economia está sofrendo devido ao alegado roubo de empregos por imigrantes.