Problemas para o governo

União/PP saem da base aliada e exigem renúncia de ministros

Os dois partidos que se uniram em federação partidária decidiram sair do governo e querem que ministros deixem cargos em 30 dias

Foto: Reprodução TV Câmara
Foto: Reprodução TV Câmara

Oficialização do desembarque do governo e prazo de um mês para que todos os filiados e até ministros deixem eventuais cargos na Esplanada dos Ministérios.

Essa foi a decisão tomada nesta terça-feira (2) pelos dirigentes da Federação PP e União Brasil, e anunciada durante entrevista conjunta no Salão Verde da Câmara dos Deputados.

A decisão atinge todos os membros de União Brasil e PP que estejam no governo federal, mas principalmente os ministros do Esporte, André Fufuca (PP-MA), e do Turismo, Celso Sabino (União-PA), que terão que deixar seus cargos.

“Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento, se a permanência persistir, serão adotadas punições disciplinares previstas no Estatuto”, afirmou o presidente do União Brasil, Antonio Rueda.

“Esta decisão representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e seus eleitores exigem dos seus representantes”, finalizou o comunicado conjunto do União Brasil e do PP.

Os presidentes dos dois partidos da chamada Federação União Progressista disseram que a exigência não abrange as indicações ao governo feitas pelo presidente, Davi Alcolumbre (União-AP), e do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Davi Alcolumbre apadrinhou os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, e da Integração Nacional, Waldez Góes.

Já Arthur Lira foi o responsável pela indicação ao governo do atual presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira.

Indefinição permanece sobre futuro de ministros

Sobre os ministros que teriam que deixam suas pastas, existem informações conflitantes de bastidores a respeito da decisão que tomarão nos próximos dias.

Integrantes do União Brasil e do PP afirmaram na tarde desta terça, durante entrevista na Câmara, que Fufuca e Celso Sabino resistem a sair antes de abril do ano que vem.

Outras versões que circularam nos bastidores dão conta de que os dois ministros já estariam convencidos a antecipar a saída e alinhar-se à nova estratégia política definida pela federação.

O ministro dos Esportes, André Fufuca, está mirando uma das duas cadeiras do Senado pelo Maranhão. O ministro contava com o apoio de Lula na eleição do ano que vem em um estado em que o presidente é popular.

Celso Sabino, ministro do Turismo, passa por situação semelhante. Além de contar com um apoio do presidente Lula nas eleições do ano que vem no Pará, ele é ainda um dos ministros mais participativos na organização da COP30, a ser realizada em Belém no mês de novembro.