Política

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, é preso em flagrante

Segundo a PF, estão sendo executados 30 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso por suposta posse irregular de arma de fogo, na manhã desta quinta-feira (8), em Brasília. Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão em uma investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado e desmantelamento do Estado Democrático de Direito.

Segundo a PF, estão sendo executados 30 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Essas medidas incluem restrições como a proibição de comunicação com os outros investigados, a impossibilidade de deixar o país com entrega dos passaportes e a suspensão do exercício de funções públicas.

Por volta das 11h10, Costa Neto foi levado à sede da Polícia Federal para os procedimentos relativos ao flagrante. A situação atual do político ainda não foi determinada, e há incerteza quanto à possibilidade de sua liberação após prestar depoimento.

De acordo com informações preliminares obtidas pelo blog, a arma encontrada na residência de Costa Neto tinha registro vencido e estava em nome do filho do político.

A detenção ocorreu durante buscas realizadas pela Polícia Federal em uma das residências de Valdemar Costa Neto como parte da operação Tempus Veritatis, que investiga alegações de envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores na concepção de um golpe de Estado durante as eleições de 2022.

Operação da PF

Agentes da Polícia Federal estão executando as ordens judiciais, emitidas pelo Supremo Tribunal Federal, em diversos estados brasileiros, incluindo o Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Nesta etapa da investigação, evidências sugerem que o grupo sob investigação se fragmentou em unidades de operação com o intuito de difundir a ideia de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito. Isso visava viabilizar e legitimar uma intervenção militar, operando numa dinâmica de milícia digital.

O primeiro conjunto de atividades envolveu a elaboração e disseminação da narrativa de fraude nas eleições de 2022, através da propagação enganosa de supostas vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação. Este discurso foi reiterado pelos investigados desde 2019 e persistiu mesmo após os resultados do segundo turno das eleições em 2022.

O segundo conjunto de atividades focou em ações destinadas a favorecer a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com o apoio de militares que possuíam conhecimentos e utilizavam táticas de forças especiais em um ambiente politicamente delicado.