Do banco à assessoria

Assessores crescem com digitalização, apesar de desafios legais

André Wakimoto, assessor e gestor de recursos disse que alocar recursos no exterior é uma forma de "mitigar a concentração de uma carteira"

Foto: Freepik
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A expansão da assessoria de investimentos no Brasil tem atraído cada vez mais profissionais do mercado financeiro. Deixar o crachá dos bancos tradicionais para empreender tem sido o caminho de muitos profissionais que migram para a consultoria financeira. O movimento impulsiona o setor, mas exige atenção redobrada a regras fiscais e legais.

Em entrevista ao BP Money, André Wakimoto, assessor e gestor de recursos da Cepeda Advogados, destacou que a assessoria oferece uma série de vantagens para quem atua nesse mercado. Segundo o especialista, a diversidade de opções disponíveis é um dos principais diferenciais para o cliente.

“Quanto mais produtos o assessor tiver, mais opções ele tem a oferecer. A variedade de produtos é um grande benefício para o assessor”, afirmou.

Apesar dos benefícios, Wakimoto ressalta que a atividade ainda convive com barreiras regulatórias que exigem cuidados adicionais por parte do investidor. Ele alerta para a importância de verificar sempre a qualificação e a habilitação do profissional antes de confiar a ele a gestão de recursos.

“É necessário o investidor ficar atento e pesquisar se o profissional é habilitado para atuar naquela jurisprudência. Verificar a competência e a qualificação do profissional é o primeiro ponto para o investidor se preocupar”, disse.

De gerentes de banco a empreendedores digitais

André Wakimoto, atuante em mais de 20 anos nas áreas de mercado de capitais e societário, sobretudo na assessoria e gestores de recursos, bancos e family offices, disse durante a entrevista que a “vontade de empreender” seria a principal motivação para o crescimento dos profissionais de assessoria.

“Grande parte deles eram gerente de bancos tradicionais [agências] e notam uma oportunidade profissional ao levar suas experiências nos bancos”, explicou.

Além disso, Wakimoto afirma que a digitalização e o acesso à tecnologia “torna mais fácil a vida do assessor”.

“Primeiramente, as plataformas são digitais, pois facilita a prospecção e a venda para o assessor. Além disso, em outro aspecto, o cadastro do cliente é via digital, diferente de antigamente que era via papel, que era um processo burocrático e demorado”, completa.

O especialista destacou ainda que a digitalização tem sido um dos principais motores para o crescimento da assessoria de investimentos no país. Segundo o assessor, a transformação tecnológica provocou uma reestruturação nas instituições financeiras tradicionais e abriu espaço para novos profissionais.

“Por conta da digitalização e a consequente diminuição de agências físicas, houveram muitas demissões e esses bancários acabaram se tornando agentes autônomos e assessores de investimentos”, completou.

Na avaliação de Wakimoto o setor caminha agora para um novo estágio. Para ele, a área vive “um momento de consolidação e de estabilidade”. O especialista acrescentou que o movimento de fusões tem se intensificado entre as empresas de assessoria. Muitas, segundo ele, buscam união estratégica como forma de ampliar competitividade.

“Muitas assessorias acabam se fundindo a outras para ganharem força e tração”, finaliza.