Em um cenário geopolítico complexo, somado a incertezas fiscais no Brasil, os desafios para investidores têm se intensificado. “O cenário econômico atual, marcado por volatilidade, incertezas fiscais e mudanças constantes nas expectativas de juros, tem impactado diretamente o trabalho dos assessores de investimentos”, disse ao BP Money Francisco Amarante, superintendente na ABAI.
“O investidor está mais cauteloso, especialmente diante das flutuações nos mercados e das dúvidas em relação ao ambiente político e econômico do país”, acrescentou Amarante.
A ABAI (Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos) é uma organização que busca representar os assessores junto ao mercado e aos órgãos reguladores. A entidade é idealizadora e uma das organizadoras — ao lado do BP Money e da B3 — do prêmio “Melhores da Assessoria 2025”.
O especialista destacou que o acesso à informação — muitas vezes desencontrada ou sensacionalista — exige dos assessores um papel ainda mais ativo na educação financeira e na comunicação clara com os clientes.
Além disso, na sua visão, em momentos como o atual — marcados por tarifas elevadas sobre produtos brasileiros e impasses em torno do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — os assessores de investimentos devem manter seus clientes focados no planejamento de longo prazo.
A ABAI desempenha um papel relevante na modernização das regras da profissão e na difusão de boas práticas entre seus associados.
Sobre o prêmio, Amarante destacou que o público pode esperar uma “cerimônia de grande prestígio, com amplo reconhecimento da excelência profissional, networking de alto nível e um momento simbólico que reforça valores centrais da atividade de assessoria”.
Ele reforçou que a mensagem central do evento é a valorização da qualidade sobre a quantidade. “O foco está nos profissionais que demonstram consistência, transparência e impacto real junto aos investidores — e não apenas naqueles que vendem mais em volume.”
Amarante aponta oportunidades em meio à crise
Apesar do contexto conturbado, Amarante avalia que o momento também abre uma série de oportunidades. “O investidor percebe que, sozinho, pode acabar tomando decisões baseadas em emoção, e passa a valorizar mais o trabalho consultivo e estratégico do assessor”, afirmou.
Além disso, ele pontua que, com os juros brasileiros em patamares mais baixos do que no passado recente, há uma busca natural por diversificação e por ativos considerados “seguros”, com retorno e liquidez.
Diversificação e assessoria especializada
“Isso amplia o espaço para apresentar novas classes de ativos e estratégias mais sofisticadas, que muitas vezes exigem orientação especializada”, acrescentou. “Esse momento reforça a importância de um relacionamento próximo e de confiança. O assessor que consegue oferecer não só boas soluções, mas também escuta ativa, empatia e visão de longo prazo, se diferencia e fideliza ainda mais seus clientes”, completou.
“Em resumo, o cenário atual exige mais preparo, agilidade e inteligência emocional por parte do assessor, mas também cria um ambiente propício para fortalecer relações, ampliar o portfólio de soluções e mostrar, na prática, o valor da assessoria personalizada”, concluiu.