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BlackRock (BLAK34): desafio é que empresas locais façam IPO no Brasil

Nos últimos anos, empresas brasileiras como Stone e Vitru foram algumas das companhias que optaram por fazer um IPO nas bolsas norte-americanas

Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock para América Latina. Foto: Divulgação
Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock para América Latina. Foto: Divulgação

Mesmo com o crescente interesse de investidores por empresas brasileiras, a abertura de capital de organizações nacionais no exterior continua sendo um desafio para o país. O estrategista-chefe da BlackRock (BLAK34) para a América Latina, Axel Christensen, comentou sobre o tema nesta quinta-feira (6).

“Temos visto companhias abrindo capital fora. O desafio é fazer com que as companhias abram capital nos mercados locais e não diretamente fora”, disse o estrategista-chefe da BlackRock (BLAK34), de acordo com o “InfoMoney”.

A afirmativa foi feita durante um evento organizado pela Anbima (Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com a B3 (Bolsa de Valores brasileira), em São Paulo.

Nos últimos anos, empresas brasileiras como Stone (STOC32), Vitru (VTRU3) e PagSeguro (PAGS34) foram algumas das companhias que optaram por fazer um IPO (oferta inicial de ações) nas bolsas norte-americanas, mesmo com algumas migrando para a B3.

Executivo da BlackRock fala sobre a dificuldade de apresentar crescimento no longo prazo

O etrategista-chefe também pontuou outra questão que tem pesado sobre o mercado acionário no Brasil. Na perspectiva de Christensen, um dos pontos que mais afeta essas aberturas de capital é a dificuldade que o Brasil tem de oferecer um crescimento robusto de longo prazo.

Ele ressaltou que, no curto prazo, o crescimento econômico do país tem sido forte, mas identificou que o Brasil “fica para trás” se comparado com outros mercados desenvolvidos e emergentes no longo prazo.

“Os alocadores de portfólio pensam no Brasil de forma tática. Investimentos de longo prazo nunca acontecem”, disse o gestor de portfólio na Franklin Templeton Brasil, Daniel Popovich. Ele comentou que o crescimento de longo prazo também afasta investidores estrangeiros.

“Se virmos mais reformas e mais comprometimento em termos de política, isso pode gerar um momento favorável para revisarmos os valuations [preços] no mercado brasileiro e atrair investidores para ficarem overweight [acima da média de mercado] no Brasil”, afirmou Popovich.