O Santander (SANB11) emitiu uma nota afirmando que as “inconsistências contábeis” reveladas pela Americanas (AMER3) são de responsabilidade exclusiva da empresa. A declaração está relacionada às trocas de e-mails apresentadas pela varejista à CPI da Câmara que investiga a fraude ocorrida na companhia.
Durante o depoimento do CEO Leonardo Coelho, foram exibidas imagens que mencionam o Santander e sugerem que o banco teria alterado a redação das cartas de circularização a pedido da empresa, visando amenizar as menções a dívidas de financiamentos conhecidos como “risco sacado”.
Americanas (AMER3): ex-ceo aponta participação de bancos nas fraudes
A Americanas (AMER3) entregou à CPI da Câmara dos Deputados documentos com trocas de e-mails que sugerem a existência de uma versão falsa do balanço da empresa, planejada para ser apresentada ao Conselho de Administração e ao mercado. Os documentos, entregues nesta terça-feira (13), também apontam indícios de envolvimento das empresas de auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) e KPMG na elaboração de relatórios com conteúdo favorável à empresa. As informações são do Estadão.
Os bancos Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) suavizaram cartas de circularização relacionadas a financiamentos para fornecedores, conhecidos como “risco sacado”, conforme apontado.
Durante a CPI, o CEO Leonardo Coelho mencionou trocas de e-mails entre auditores da KPMG e a diretoria da Americanas para suavizar termos da carta de auditoria. “Deficiências significativas” foi substituído por “recomendações que merecem atenção da administração”.
No que diz respeito aos e-mails trocados entre a PwC e a diretoria da Americanas, Coelho afirmou que o documento carece de contexto, mas sugere que a auditoria teria proposto uma redação que tornasse as questões relacionadas a operações de risco sacado menos claras. Nas imagens apresentadas, é possível ver a sugestão de uma funcionária da auditoria para modificar a redação da empresa.
Americanas (AMER3): admissão de fraude piora quadro, dizem advogados
O inferno astral da Americanas (AMER3) parece não ter fim e nesta terça-feira (13) ganhou mais um capítulo. Ao admitir em fato relevante a fraude contábil bilionária que pegou o mercado de surpresa no início do ano, a companhia pode ter tornado ainda mais difícil a tentativa de reestruturação financeira.