123 Milhas vira alvo da CPI das pirâmides financeiras

Presidente da CPI disse no Twitter que vai investigar os prejuízos causados aos brasileiros

A agência de viagens 123 Milhas entrou na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras com criptomoedas, após anunciar a suspensão das vendas e das emissões de viagens promocionais, no último final de semana. 

Nesse sentido, o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que preside a CPI, informou em seu perfil no Twitter que os parlamentares devem averiguar a situação da 123 Milhas, que causou prejuízo aos brasileiros.

“É muito grave o comunicado da ‘123 Milhas’ de suspensão das viagens agendadas de setembro a dezembro de 2023. Muitas famílias se programaram e agora todo o sonho vai por água abaixo. A CPI das Pirâmides Financeiras vai investigar o caso dos prejuízos causados aos brasileiros”, escreveu no sábado (19).

O que aconteceu?

Em suma, na noite da sexta-feira (18), a empresa divulgou que suspenderia a venda e a emissão de novas passagens da sua linha promocional, ou PROMO, que trabalha com datas flexíveis. Citou como justificativa a “persistência de circunstâncias de mercado adversas”.

Desse modo, a empresa informou que daria vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI para os clientes. Nem todo mundo, no entanto, aprova a medida, e o site de defesa do consumidor Reclame Aqui e as redes sociais foram inundadas de críticas.

“A empresa 123 Milhas informa que não vai emitir as passagens, e dá apenas a opção de voucher para resgatar. Todavia não quero essa opção, quero a restituição do meu dinheiro uma vez que a empresa é quem está quebrando nosso acordo, nada mais justo que devolver o valor já pago”, disse uma pessoa no Reclame Aqui.

“Nos ajude a receber nosso dinheiro em espécie ou o produto que ela vendeu. Voucher não é dinheiro. Acreditei na 123 Milhas por ser uma empresa respeitável. Me sinto enganada”, escreveu outra cliente no post do deputado Áureo Ribeiro.

Governo federal investiga 123 Milhas

O Ministério do Turismo também investigará a agência de viagens 123 Milhas por suspender os pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional.

A pasta já acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para que, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), avalie a instauração de um procedimento investigativo que esclareça as razões de tais cancelamentos, identifique todos as pessoas atingidas e promova a reparação de danos a todos os clientes prejudicados.

Ambos os ministérios estão empenhados na busca de mecanismos que evitem que situações semelhantes voltem a se repetir e na responsabilização de empresas que, porventura, tenham agido de má-fé.

O MTur e o MJSP acompanharão, de perto, o avanço das investigações da 123 Milhas preliminares e manterão informados todas as pessoas e setores envolvidos.