Economia

Fitch projeta crescimento para o PIB do Brasil, de 2,3% para 3,2%

No fim de julho, a agência já havia melhorado sua perspectiva sobre a economia do país

A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2023, de 2,3% para 3,2%. No fim de julho, a agência já havia melhorado sua perspectiva sobre a economia do país.

Segundo a agência, a resiliência do mercado de trabalho brasileiro e da capacidade de consumo da população, além da alta nos gastos sociais e do aumento do salário mínimo, contribuem para aquecer a economia.

Para 2024, de acordo com a Fitch, o Brasil deve desacelerar, com uma expansão do PIB de 1,3% – mesma projeção anterior. Para 2025, o país deve avançar 2,1%.

“O impulso fiscal se tornará negativo, à medida que as autoridades buscam cumprir a consolidação prevista no seu novo quadro fiscal, mas a flexibilização da política monetária e outras medidas políticas (por exemplo, o programa de alívio a devedores Desenrola) devem fornecer apoio de compensação à demanda”, diz a Fitch.

Além disso, a Fitch espera que a taxa básica de juros (Selic) termine 2023 em 11,75%, chegando a 9% em 2024 e 8,5% em 2025. Para a Fitch, a inflação no Brasil deve ficar em 4,9% no fim deste ano, em 4% em 2024 e 3,5% em 2025.

Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

BofA eleva previsão para do PIB do Brasil

No final de agosto, o Bank Of America (BofA) também havia melhorado a perspectiva para os números do PIB do Brasil e 2023. O banco projeta atividade expandindo 3,0% em 2023, ante 2,3% anteriormente.

A melhora é atribuída aos dados acima do que o esperado no segundo trimestre, exportações em alta e uma perspectiva menos negativa sobre o volume de investimentos este ano.

“Embora pouco tenhamos mudado nossa visão sobre o consumo privado, a força do mercado de trabalho continua a nos surpreender pelo lado positivo. Tal resiliência tem dado apoio à mudança das preferências do consumidor em direção aos serviços desde a pandemia”, diz o relatório assinado por David Baker e Natasha Perez.

O BofA ressalta que a dinâmica econômica mostrou resiliência no segundo trimestre, ao contrário do que se esperava depois da expansão de 1,9% nos três primeiros meses do ano. O alto nível de juros não restringiu o consumo privado, provavelmente por causa da alta das transferências de governo, ao passo que a apreciação da moeda estimulou importações, notadamente de bens de capital.

“Tudo somado, esperamos que o crescimento deve desacelerar em relação ao primeiro trimestre, mas ainda apontar alta de 0,8% no período, com melhora da sua composição”, dizem os economistas do BofA.

Eles destacam também a alta dos indicadores de confiança nos últimos meses, na esteira da redução das incertezas fiscais e com a política monetária. Combinado com o início do ciclo de cortes de juros e o avanço de reformas importantes, como a tributária e a do novo arcabouço fiscal, esses fatores também levaram a uma melhora da expectativa de do PIB em 2024, de 1,8% para 2,2%.