As ações do Carrefour (CRFB3) tiveram seu preço-alvo cortado de R$ 14,50 para R$ 13,00 pelo Citi. Apesar disso, o banco norte-americano manteve sua recomendação de compra para os papéis da companhia.
Em relatório, os analistas da instituição financeira escreveram sobre o encontro que tiveram com a CEO da área imobiliária do Carrefour, Liliane Dutra, e a Diretora de Relações com Investidores, Marcela Bretas.
Na análise, o Citi afirmou que há grande potencial de desenvolvimento em áreas de propriedades ainda não exploradas, visto que apenas 15% do que pertence à companhia é usado.
“O varejo de alimentos tem sido uma classe de ativos imobiliários resiliente, a qual, combinada com um componente pesado de serviços para o resto do portfólio, forma um portfólio forte no final das contas”, disse.
Apesar disso, segundo o Citi, mesmo que isso pudesse significar insumos para revisões para o papel, o timing da operação ainda não é claro.
“Nós estamos revisando nossas estimativas de crescimento e modelando -4,1% SSS para o terceiro trimestre de 2023 para Atacadão, considerando o mercado difícil no curto prazo, com deflação de alimentos e ventos contrários de volume”, continuou.
Outro ponto destacado pelo banco foi a expectativa de que margens sofram no curto prazo, em razão da alavancagem operacional.
Assim, o banco optou por reduzir as estimativas de lucros em 15% para 2024 e 9% para 2025. Com essa revisão das estimativas, o preço-alvo do Carrefour foi cortado pelo Citi.
Carrefour (CRFB3): XP (XPBR31) corta preço-alvo
As ações do Carrefour (CRFB3) tiveram seu preço-alvo cortado de R$ 20,00 para R$ 14,00 pela XP Investimentos (XPBR31). Apesar disso, a corretora manteve sua recomendação neutra.
Em relatório, os analistas da casa citaram a incorporação do Grupo BIG, adquirido pela empresa em junho do ano passado, como um dos fatores responsáveis pela redução.
“Como resultado, os investidores começaram a ignorar o nome, com o interesse drasticamente reduzido”, afirmaram.
Para a XP, o Grupo Carrefour é composto por quatro negócios diferentes: Atacadão, atuando no atacarejo; os supermercados do Carrefour, no varejo; Sam’s Club; e o CSF Bank, braço financeiro.
“O Atacadão representa a maior parte do valor do grupo, enquanto o Carrefour Retail fica atrás. Se assumirmos que o Atacadão é negociado em linha com a Assaí (ASAI3), a um múltiplo de 10x o preço pelo lucro, a ação está atualmente precificando basicamente o valor do Atacadão, enquanto os outros ativos são vistos como risco de alta”, afirmaram.
“Acreditamos que isso seja explicado principalmente pelos riscos de execução em curso na integração do BIG, que estão pressionando e obscurecendo os resultados de curto prazo”, acrescentaram.
Além disso, por conta das dificuldades provocadas pela incorporação do Grupo BIG, a XP reduziu a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) e lucro líquido do Carrefour para 2023 em 21% e 10%, respectivamente.