O Botafogo de Futebol e Regatas teve seu pedido de recuperação extrajudicial aceito pela Justiça do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (8). O clube tenta resolver quase R$ 405 milhões em dívidas. Com a medida, foram suspensas todas as execuções movidas contra o tradicional clube de futebol carioca. As informações são do Infomoney.
O juiz Alexandre de Carvalho Mesquita, da 1ª Vara Empresarial do Rio, afirmou em sua decisão que o clube e a SAF “preenchem os requisitos objetivos e subjetivos necessários” e deu 90 dias para ambos conseguirem a adesão dos demais credores, “a fim de consolidar a adesão de mais da metade dos créditos abrangidos no plano de recuperação extrajudicial”.
O Botafogo propôs a esses credores quirografários (sem garantia) um corte de 40% a 90% no valor das dívidas, além de um parcelamento dos débitos em até 15 anos, e diz que empresas que representam 34,9% da dívida (R$ 141,5 milhões) já aceitaram os termos, incluindo a Novonor. A antiga Odebrecht, que está em recuperação judicial e é a maior credora do clube, tem um passivo de R$ 100 milhões por causa do estádio Nilton Santos (o Engenhão).
O clube social e a SAF propõem pagar as dívidas com: desconto de 90% para quem quiser receber até 31 de março de 2024; deságio de 40% para quem optar por receber em 156 parcelas (durante 13 anos), com início dos pagamentos só daqui a 2 anos; ou R$ 20 mil. Para o plano ser aprovado, é necessária a concordância dos credores que detenham mais da metade da dívida.
Principais credores
Entre empresas listadas na Bolsa, o Botafogo deve R$ 23 milhões à Telefônica Brasil S/A, dona da Vivo (VIVT3), R$ 8,6 milhões à Vale (VALE3) e R$ 5,1 milhões com a Oi (OIBR3), que também está em RJ.
Entre os credores quirografários, há também uma dívida de R$ 37,3 milhões com a família Moreira Salles (R$ 18,6 milhões para João Moreira Salles e mais R$ 18,6 milhões para Walther Moreira Salles Junior), R$ 29 milhões com o grupo Dass (alfaiataria da Umbro, da Fila e da New Balance) e outros R$ 6,8 milhões com o São Paulo Futebol Clube.
O Botafogo também registra dívidas de R$ 1.247.696,84 com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), de R$ 1.021.210,58 com o Ministério Público Federal (MPF), de R$ 5.066,23 com a Oi (OIBR3), que também está em Recuperação Judicial (RJ). Por fim, uma curiosa dívida de R$ 103,00 com o Uber.