Baratear contas de luz

MP do Lula prejudica setor de energia, diz analista

A MP foi publicada em 10 de abril e tem o objetivo de baratear as contas de luz e incentivar a geração de energia limpa.

Brasil consumo de energia elétrica
Energia elétrica / Foto: Freepik

O Ibovespa tem passado por um ano difícil, especificamente para as empresas do setor de energia. Nos últimos meses, as ações da Auren (AURE3), Engie (EGIE3) e Eletrobras (ELET6) refletem essas dificuldades. Nesse sentido, a Empiricus acredita que parte desse mau humor é decorrente da MP (Medida Provisória) 1.212/2024.

A MP foi publicada em 10 de abril e é de autoria da Presidência da República e tem o objetivo de baratear as contas de luz e incentivar a geração de energia limpa.

Para que haja essa redução nas contas, os subsídios para projetos renováveis conseguirem descontos nas tarifas de transmissão foram prorrogados por mais três anos.

“Isso é ruim para o setor, porque aumenta ainda mais a já enorme sobreoferta de energia, subsidia fontes com custos elevados e traz desequilíbrios adicionais para o setor, em mais um exemplo negativo de interferência política”, declarou, de acordo com o “Money Times”, Ruy Hungria, analista da Empiricus.

Com isso, mesmo que haja as perspectivas de aumento de consumo, o preço de contratos de longo prazo desabou desde o início deste mês. “Esse efeito foi exacerbado pela extensão de incentivos às renováveis na MP”, avaliou o especialista.

MP afeta geradoras e distribuidoras de energia

O analista também pontua que, se as geradoras de energia estão enfrentando dificuldades, as distribuidoras também devem ser impactadas.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) divulgaram a revisão das previsões de cargas para 2024–2028, com ajuste anual para cima, de 0,4%, conforme antecipado pelo “Seudinheiro”.

De acordo com Ruy Hungria, a ausência de celeridade no processo de definição dos termos de concessão de distribuidoras — os quais deveriam ter sido definidos em dezembro de 2023 — também tem afetado o setor elétrico.

“Se há alguns anos a perspectiva de renovação era certa e com termos amigáveis para as empresas que cumprissem as metas de qualidade, nem essa garantia os investidores têm mais”, explicou o analista.