A XP Investimentos publicou um relatório na sexta-feira (17) que apontava que, em abril de 2024, investidores brasileiros venderam R$ 11,1 bilhões em ações brasileiras. Segundo a casa, o movimento reflete um cenário macroeconômico desfavorável.
Em contrapartida, segundo a XP, os negócios nacionais seguiram com a tendência de compra: os institucionais consideraram um fluxo positivo de R$ 4,7 bilhões e os investidores físicos investiram R$ 4,1 bilhões no mesmo período.
O relatório mostrou que fatores como ajustes nas expectativas de cortes de juros nos EUA, conflitos no Oriente Médio e incertezas macroeconômicas domésticas deram força para esse cenário. No entanto, em maio, o fluxo de capital estrangeiro retornou ao patamar positivo, acumulando R$ 1,6 bilhão em ações.
Além disso, analistas sinalizaram que a indústria de fundos registrou mais um mês de captação, com uma entrada líquida de R$ 40,1 bilhões em abril, somando R$ 150,8 bilhões no ano.
Os fundos de renda fixa arrecadaram R$ 17 bilhões, mantendo a tendência positiva iniciada em janeiro, mesmo com a desaceleração. Paralelamente a isso, os fundos multimercado e de ações arrecadados de R$ 12,3 bilhões e R$ 1,6 bilhão, respectivamente.
Os dados demonstraram que o fluxo de capital estrangeiro iniciou o segundo trimestre em território negativo. Segundo o “Suno”, o mês de abril teve uma saída líquida de R$ 11,1 bilhões com a venda de papéis para investidores estrangeiros, acumulando um saldo negativo de R$ 31,4 bilhões.
XP avalia que chuvas no RS podem tirar até 0,3 p.p do PIB
Mesmo sendo muito cedo para mensurar os impactos da tragédia no Rio Grande do Sul (RS) na saúde econômica do Brasil, o economista da XP, Rodolfo Margato, avalia que as fortes chuvas podem gerar perdas de cerca de 0,3 ponto percentual (p.p.) para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
“Para o PIB, o impacto é negativo. Em termos de proporção do Rio Grande do Sul em relação ao PIB total, talvez o impacto direto mais forte ocorra em um primeiro momento na agricultura, especialmente arroz e soja, já que o Estado é um player importante no setor”, disse o economista da XP, de acordo com o jornal “Valor”.
“Também haverá consequências para a indústria moveleira, química, metalmecânica, calçados e artefatos de couro”, acrescentou Margato.