Devido ao aumento das estimativas inflacionárias, taxa de juros e ao câmbio desvalorizado, o mercado brasileiro desgastou-se nas últimas semanas. Visto que as expectativas estão desancoradas, para evitar que o quadro piore, o governo federal precisa propor maneiras incríveis de melhorar o lado fiscal.
Além dos dados econômicos, nas últimas semanas as percepções quanto à estratégia fiscal do governo Lula, que os economistas veem com prazo de validade mais curto, também trouxeram consequências.
Ainda na ponta do governo, o fato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda demonstrar apoio ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) surge como um bom sinal, após rumores de desgaste interno do político.
A continuidade do apoio de Lula à Haddad lhe dá forças para seguir liderando a agenda econômica do governo, porém, os desafios para manter o rumo da política fiscal aumentou, de acordo com o “Broadcast+”.
Visto que a agenda de arrecadação já está no limite, e considerando a insuficiência de novas medidas marginais para ancorar as expectativas, um corte de despesas ainda surge como alternativa.
Nesse ponto, apesar da oposição de Lula ao corte de despesas sociais, o mandatário federal deve apoiar medidas mais laterais para redução de gastos.
Entre as medidas de receitas ainda há alguma chance de abertura, por parte do Congresso, para aprovação de novas medidas, principalmente para desonerar a folha de pagamento em 2024, segundo o veículo de notícias.
Sendo assim, Lula deve permitir que a equipe econômica siga em frente com algumas medidas, visando evitar que as expectativas do País tenham depreciação considerável.
A indicação positiva do presidente da República para o movimento da equipe econômica, unida ao pragmatismo em situações de estresse no mercado, sugere um cenário ainda improvável em alcançar os objetivos citados.
Déficit zero: ilusão do governo ou meta alcançável?
A ministra do Planejamento Orçamentário, Simone Tebet (MDB), afirmou na última quarta-feira (12) que o Governo Federal segue em busca da meta de déficit zero para 2025. Contudo, economistas avaliam que essa meta parece ser um pouco mais distante do que o esperado.
O professor de Economia da Faculdade Arnaldo Janssen, de Belo Horizonte, Alexandre Miserani, trouxe sua perspectiva. Ele apontou que, considerando contexto econômico, não é possível afirmar que a meta de déficit zero será cumprida.
“Entretanto, como ainda estamos no meio do ano e temos seis meses pela frente para aprimorar as questões políticas com o Congresso, e considerando ainda um ano de eleições, tudo é possível para refletir no consumidor”, disse Miserani.