Projeção

BTG vê cumprimento da meta fiscal em 2024 como cenário mais provável

O banco revisou sua projeção para o resultado primário do governo central em 2024, reduzindo o déficit estimado de R$62 bi para R$48 bi

BTG Pactual
BTG Pactual / Divulgação

O banco BTG (BPAC11) passou a considerar o cumprimento da meta fiscal como o cenário mais provável para 2024, devido à inclusão de novas receitas extraordinárias e à expectativa de uma atividade econômica mais robusta, conforme indicado em seu relatório macroeconômico divulgado aos clientes e ao mercado.

O banco revisou sua projeção para o resultado primário do governo central em 2024, reduzindo o déficit estimado de R$62 bilhões para R$48 bilhões. Essa atualização considera uma exclusão de R$28 bilhões referentes aos efeitos do desastre no Rio Grande do Sul.

Contudo, o banco considera que a perspectiva para o próximo ano continua desafiadora.“O orçamento conta com R$178 bilhões em fontes incertas de receita, bem como R$26 bilhões em medidas de pente-fino. Projetamos um déficit primário de R$110 bilhões, refletindo a resistência crescente do Congresso em aprovar novas medidas de arrecadação”, detalha o BTG no documento.

O economista-chefe do BTG, Mansueto Almeida, observa que o orçamento de 2025 é excessivamente dependente de fontes incertas de receitas de R$ 178 bilhões, cuja arrecadação vai depender de acordos voluntários com empresas privadas e aprovação de medidas de aumento de impostos pelo Congresso Nacional”, incluindo a possível elevação temporária da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Almeida destaca a necessidade de um ajuste fiscal mais significativo para que a dívida pública possa começar a diminuir de forma mais clara. Sem essas medidas, ele considera improvável a recuperação do grau de investimento do país nos próximos anos.

Além disso, com a expectativa de aumento das taxas de juros, o banco acredita que o nível da Selic em 2025 dependerá da credibilidade fiscal.

Petrobras (PETR4): riscos para dividendos diminuíram, diz BTG 

Conforme o detalhamento do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) para 2025 o governo indicou expectativas de receber R$ 14,60 bilhões em dividendos da Petrobras (PETR4), o que, para o BTG Pactual (BAC11) significa uma redução dos riscos sobre os proventos da estatal.

A previsão do governo sugere uma distribuição ordinária de dividendos da Petrobras 7% acima da estimativa da casa, disseram analistas do banco, segundo o “Suno”.

Para o BTG, a inclusão desses proventos no orçamento do governo ajuda na redução do risco percebido por parte do mercado, além disso, também reitera a racionalidade do Ministério da Fazenda.