
A cena já é comum em várias regiões tradicionais do agro: produtores usando dashboards para acompanhar indicadores financeiros, renegociando crédito com base em dados de safra e contratando seguros agrícolas indexados por satélite.
Aos poucos, o agronegócio vai deixando para trás a figura do fazendeiro exclusivamente técnico e ganhando líderes que pensam como gestores de negócios e que, cada vez mais, usam a lógica das startups para tomar decisões.
Por trás desse movimento está uma nova geração de soluções financeiras voltadas ao campo. De plataformas que antecipam recebíveis a sistemas que integram gestão de estoque e crédito rural, o agro brasileiro passa por uma reestruturação silenciosa, mas concreta, do ponto de vista financeiro.
Agro é pop, Agro é Tech!
Só em 2024, de acordo com a Radar AgTech, as chamadas agfintechs movimentaram mais de R$25 bilhões em operações. A tendência para os próximos dois anos é de crescimento acelerado, puxado pela demanda por crédito mais rápido e menos burocrático.
Para mim, a pauta de inovação no agro sempre esteve muito ligada à produtividade no campo. Mas o gargalo agora é financeiro.
Além disso, o produtor que quiser crescer nos próximos anos vai precisar entender de capital, fluxo de caixa e estruturação financeira. E isso não se aprende no trator, se aprende com apoio especializado.
A Finscale, que nos últimos meses tem intensificado sua atuação junto a empreendedores rurais e fintechs com foco no campo, aposta na formação estratégica desses perfis.
Como a Finscale pode ajudar no cenário agro?
Para quem não sabe, a Finscale atua com mentorias, capacitação e estruturação de negócios com foco em governança, escalabilidade e atratividade para investidores, algo ainda raro no meio rural, mas cada vez mais necessário.
Tem muito produtor com histórico sólido, boa margem e operação eficiente, mas que ainda trabalha com controle em planilha ou papel. Isso limita acesso a crédito, afasta investidores e aumenta riscos.
Nossa missão é ajudar essas lideranças a traduzirem o que já fazem bem em uma linguagem que o mercado financeiro entende.
O apetite do mercado por esse perfil também cresce. Segundo a AgFunder, o volume de investimentos em agrifoodtechs brasileiras cresceu 32% no primeiro trimestre de 2025, em relação ao trimestre anterior.
Fundos de venture capital, bancos privados e até cooperativas de crédito têm voltado os olhos para soluções tecnológicas que resolvam ineficiências financeiras no campo.
Com o novo Plano Safra previsto para chegar a R$475 bilhões até 2026, o acesso ao dinheiro não será exatamente o problema. A dificuldade, segundo Letícia, estará em saber como usá-lo bem.
Financiamento, hoje, é só a primeira etapa. O que importa é o que vem depois: gestão, crescimento e escala sustentável. E isso passa por entender o campo como um negócio completo.