Solange Salgado, desembargadora do TRF-1 (Foto: reprodução/Diário do Centro do Mundo)
Solange Salgado, desembargadora do TRF-1 (Foto: reprodução/Diário do Centro do Mundo)

A decisão de soltar Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, não só gerou uma reação do MPF como reacendeu um caso envolvendo a desembargadora Solange Salgado, responsável pela decisão.

Reportagens e documentos apontam que a magistrada foi investigada por um suposto envolvimento em um esquema milionário de fraudes enquanto presidia a AJUFER (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região), entre 2000 e 2009.

Coincidentemente, à época, a desembargadora foi defendida pelo mesmo escritório que representa Vorcaro atualmente, o Bottini & Tamasauskas Advogados. Informações via MSN e O Tempo.

A coincidência explodiu nas redes sociais e teria gerado desconforto em setores do Judiciário. Especialistas em direito afirmam que a situação não representa um impedimento automático, mas reconhecem que a situação é “eticamente sensível” e pode afetar a credibilidade institucional.

A suposta fraude envolvendo Solange Salgado

Em 2010, uma auditoria interna da Ajufer identificou a contratação de 45 empréstimos simulados junto à FHE/Poupex (Fundação Habitacional do Exército), que somavam cerca de R$ 6 milhões. Salgado e outros presidentes da Associação foram acusados de realizar operações que geraram um prejuízo superior a R$ 20 milhões para a entidade de magistrados.

A investigação apontou ainda o uso não autorizado de dados cadastrais de magistrados, movimentações por contas de terceiros, depósitos a empresas e repasses considerados suspeitos.

Em 2011, 40 juízes federais pediram investigação disciplinar ao TRF1. O desembargador Cândido Ribeiro abriu um processo administrativo, que registrou que os ex-presidentes da Ajufer – incluindo Solange Salgado – haviam assinado contratos classificados como fraudulentos.

Durante o processo, Salgado foi representada pelo mesmo advogado de Vorcaro atualmente: Pierpaolo Cruz Bottini, do escritório Bottini & Tamasauskas Advogados

O processo resultou em punição aplicada à desembargadora, que foi anulada posteriormente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por falta de quórum qualificado. Em 2012, o procedimento foi encerrado sem alterar as conclusões das auditorias.

O caso de Daniel Vorcaro e do Banco Master seguem em análise.