O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou a MP (Medida Provisória 1.316), que abre R$ 12 bilhões em novos créditos extraordinários para financiar a liquidação ou amortização de dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos adversos.
A MP cria linhas de crédito com recursos do Tesouro e de instituições financeiras, priorizando pequenos e médios produtores e cooperativas que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 1º de julho de 2020 e 30 de junho de 2025.
Segundo Adenauer Rockenmeyer, delegado do Corecon-SP, a iniciativa terá impacto positivo imediato no setor.
“A renegociação permite a retomada de empréstimos e o restabelecimento do ritmo de produção, evitando a redução da oferta que poderia pressionar os preços e impulsionar a inflação”, afirma.
Além disso, ele destaca que o pacote contribui para a resiliência do agronegócio frente aos desafios climáticos.
Fortalecendo a segurança alimentar e abrindo oportunidades no mercado internacional.
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Fôlego financeiro e efeito multiplicador
O presidente destacou que o pacote evita a paralisação da atividade e reduz o risco de inadimplência, criando espaço para novos financiamentos.
A presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira, reforça que a medida deve atingir 96% dos produtores inadimplentes, oferecendo fôlego financeiro para planejamento das próximas safras.
“O pacote evita a paralisação da atividade e reduz o risco de inadimplência, criando espaço para novos financiamentos”, explica.
Para ela, o efeito multiplicador se estende além do campo, aquecendo a economia das cidades do interior, que dependem diretamente da atividade agrícola.
No entanto, especialistas alertam para limites da iniciativa. Medidas de renegociação recorrentes podem gerar expectativa de perdão de dívidas, estimulando comportamentos de risco.
“É fundamental que essa política seja acompanhada de investimentos em tecnologia e práticas sustentáveis, para reduzir a vulnerabilidade do setor a eventos climáticos extremos”, completa Tania.
O pacote, portanto, não é apenas uma medida emergencial. Ele atua como estímulo financeiro, instrumento de segurança alimentar e catalisador para o fortalecimento do agronegócio, equilibrando crédito, produção e resiliência ambiental.
