Em conversa com a BP Money, Fabrizio Gueratto, especialista em investimentos com mais de 15 anos de experiência e autor do livro “De Endividado a Bilionário”, deu dicas para quem está endividado, comentou sobre a mudança de hábitos dos brasileiros por conta da pandemia da Covid-19 e muito mais!
“(…) o brasileiro sente que pagando parcelado doí menos no bolso. O que é uma grande mentira, porque ele vai ter que pagar do mesmo jeito. Além disso, ele acredita que o limite do cartão de crédito ou o limite da conta bancária, também fazem parte do orçamento dele” apontou o especialista.
Sobre a situação de endividamento, na qual muitas pessoas se encontram, Fabrizio comentou “A maioria dos endividados não sabe o real valor das suas dívidas. Então, o primeiro passo para sair das dívidas é fazer um espelho financeiro”.
Além de especialista e escritor, Gueratto também é apresentador e financista do Canal de YouTube 1Bilhão Educação Financeira, com mais de 300 mil inscritos.
Confira a entrevista completa:
Você sempre acreditou na importância do planejamento financeiro para fugir das dívidas ou já passou por situações de endividamento?
Eu já passei por escassez na minha infância, então logo entendi que gastar mais do que ganha ou não correr atrás de outras fontes de renda, acarretaria problemas. Já até cheguei a pagar coisas parceladas, que não deixa de ser uma dívida. Mas nunca passei por um momento de endividamento, onde eu não tivesse dinheiro para pagar. Justamente porque eu aprendi, na infância, a importância do dinheiro e o problema que a falta dele pode causar, que é o endividamento.
Na sua visão, a pandemia da Covid-19 está proporcionando mudanças de hábitos financeiros nos brasileiros?
Eu acho que a maior aceleração que a gente teve em um único ano, em 2020 e agora em 2021, foi o fato de que a pandemia fez as pessoas entenderem a importância da reserva de emergência, de investir o dinheiro e pensar no futuro. Além disso, a pandemia fez com que muita gente, que empurrava a vida e as dívidas com a barriga, se vissem em situação de caos, com o ‘castelo desmoronando’. Então eu acredito que, dentre tantas coisas ruins, a pandemia proporcionou uma coisa boa, que foi a aceleração da busca pela educação financeira, através da dor.
No Brasil, a quantidade de pessoas endividadas é enorme. Quais motivos você atribui à esse alto índice de endividamento?
Bom, há uma questão cultural em que o brasileiro sente que pagando parcelado doí menos no bolso. O que é uma grande mentira, porque ele vai ter que pagar do mesmo jeito. Além disso, ele acredita que o limite do cartão de crédito ou o limite da conta bancária, também fazem parte do orçamento dele. Então são 2 erros conceituais. A gente não deve pagar nada parcelado, a não ser que seja algo que vai te gerar alguma renda ou conhecimento, mas fora isso, nada deve ser pago parcelado e claro, o grande ‘veneno’ é o cartão de crédito.
Qual caminho as pessoas devem percorrer para conseguir ‘sair do vermelho’ ?
A maioria dos endividados não sabe o real valor das suas dívidas. Então, o primeiro passo para sair das dívidas é fazer um ‘espelho financeiro’. Ou seja, você precisa entender exatamente a sua situação financeira. Depois você vai ter que cortar gastos, claro. Principalmente os gastos fixos, porque o gasto variável é muito mais fácil de ser cortado. Já o fixo é mais complicado e precisa se manter baixo. Por fim, é preciso procurar novas fontes de receita. Dessa forma, você monta o seu plano para sair das dívidas e segue ele a risca.
Como autor do livro “De Endividado a Bilionário”, quais conselhos você daria para pessoas endividadas que desejam alcançar a liberdade financeira?
Os conselhos que eu daria: estudem muito e busquem muita informação, principalmente na internet, que possui vários conteúdos gratuitos. Mas a principal mudança na vida de uma pessoa começa na cabeça, na mente. Então se ela conseguir mudar o mindset, aquela situação de dívidas vai começar a incomodar demais. Ela vai sair dessa situação e nunca mais voltar. E quando mais conteúdo de investimento consumir, mais a pessoa vai querer investir.