Artigo: Adoção da nuvem e as melhores práticas para organizações

As empresas precisam otimizar investimentos e escalar os negócios sem desperdiçar recursos

*Por Tonimar Dal Aba, Technical Manager da ManageEngine no Brasil

O uso da nuvem requer um processo contínuo de ajustes, adaptação e monitoramento. Por esse motivo, é fundamental que as organizações estejam totalmente conscientes desta necessidade e dispostas a investir em serviços e profissionais para manter tudo nos eixos.

No Brasil, o cenário é ainda mais desafiador. De acordo com a pesquisa “Cloud Shift”, do Gartner, o custo local da nuvem no país é atualmente 78% mais alto do que nos Estados Unidos, e estima-se que mais de 50% do que é gasto hoje em dia na nuvem é ineficiente. No entanto, como em muitos outros países, vemos um aumento na adoção da nuvem em várias indústrias da economia local. Afinal, as ofertas de nuvens públicas são flexíveis e fáceis de utilizar, e com segurança, conformidade e escalabilidade adequadas, as empresas podem atingir os seus objetivos rapidamente.

Contudo, as organizações frequentemente superestimam o uso da nuvem e estabelecem limites de recursos mais elevados do que o necessário. Isso faz com que as funcionalidades das nuvens sejam pouco utilizadas ou, em alguns casos, nunca sejam usadas.

Pensando nisso, há uma possibilidade de resolver a questão: o conhecimento sobre como aproveitar os recursos da nuvem. Em primeiro lugar, é necessário que seja preparado um plano de capacidade, uma vez que pode ajudar na definição e execução de investimentos, atuando como uma bússola que aponta para os pontos a expandir ou reduzir, evitando assim gastos desnecessários. Ter tudo documentado e organizado também ajuda a fornecer relatórios mais robustos e a ter uma infraestrutura equilibrada, concentrando-se em funcionalidades com capacidade reduzida e custos mais baixos, por exemplo.

Em relação aos recursos da nuvem, outro ponto importante quando se discute a sua adoção é compreender quais realmente são necessários – já que um dos maiores erros pode ser a ativação errada de um deles, o que depois tem impacto no faturamento. Aproveitar dos conhecimentos adquiridos pelo planejamento da capacidade, sabendo quais deles são necessários e durante quanto tempo, é crucial no processo de implementação da nuvem nas companhias. Para contexto, as variáveis que compõem o custo deste ambiente vão além do tipo de recurso e armazenamento escolhido, tais como tempo de uso, transferência de dados, número de acessos, utilização de CPU, memória, formato de armazenamento, entre outros. 

Além disso, é necessário automatizar as rotinas dos recursos da nuvem, o que ajuda a reduzir os investimentos, uma vez que já sabemos que uma das variáveis de custo é o seu tempo de uso. Nesse sentido, é indispensável desligar automaticamente aqueles que não precisam estar ativos 100% do tempo, reduzindo assim os custos operacionais.

Por fim, devem ser utilizados instrumentos de monitoramento de custos, ainda mais quando se fala de multi-nuvem. FinOps, também conhecida como a prática de gestão de custos na nuvem, permite aos gestores terem visibilidade de quanto cada recurso consome do orçamento e, no longo prazo, a definir uma estratégia que pode até levar à escolha de atribuir um determinado recurso a uma outra nuvem.

É essencial que os gestores financeiros, equipes de TI e fornecedores de serviços estejam cientes destas melhores práticas na adoção, para proteger as organizações de possíveis perdas de capital. E, ao mesmo tempo, as empresas precisam otimizar investimentos e escalar os negócios sem desperdiçar recursos.
 

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