*Daniel Gomes é CEO da Nexoos
Os empréstimos são uma ferramenta importante para empresas financiarem projetos e expandirem seus negócios. No entanto, o processo pode ser burocrático, tornando-se um entrave para muitas companhias — especialmente para pequenos empreendedores. Nesse sentido, as fintechs surgiram como uma ótima alternativa ao bancos tradicionais, principalmente aquelas que trabalham com o ‘Peer-to-Peer Lending’ (P2P), ou “empréstimo de pessoa a pessoa”, que nada mais é do que uma plataforma que permite que uma pessoa ou empresa tome um empréstimo diretamente com outra pessoa, com juros mais competitivos e sem depender dos bancos. Para quem está emprestando o dinheiro, é uma oportunidade de investir e obter uma rentabilidade superior a outros investimentos.
Essa nova modalidade surgiu em 2005 na Inglaterra e logo foi se expandindo mundo afora. Chegou no Brasil de forma regulada em 2018 quando o Banco Central do Brasil publicou a Resolução 4656/18, ratificando o entendimento de que o P2P Lending é benéfico para o sistema financeiro e consequentemente para a sociedade, trazendo mais competição e incentivando a melhora do nível da prestação de serviços, taxas e demais condições aos clientes.
A pandemia foi um momento muito importante para esse segmento, afinal foi a primeira grande crise que colocaria o modelo a prova. E pudemos observar que as plataformas de P2P Lending prestaram um grande serviço para a sociedade durante esse período difícil e continuaram facilitando o acesso a crédito para aqueles que mais precisavam.
Durante a pandemia, os principais players do mercado tiveram um crescimento médio de 51% a.a em suas originações, o que trouxe mais credibilidade e relevância às fintechs. Isso fez com que a Nexoos, uma das principais empresas no segmento, aumentasse a sua base de investidores em 93% e, dessa forma, mais pessoas começassem a utilizar esse formato de investimento – que tem risco e retorno variado de acordo com a plataforma e de acordo com o risco do empréstimo.
A taxa de juros esperado para os investidores da Nexoos varia de acordo com o risco das empresas para quais o dinheiro está sendo direcionado. Na média, é esperado que o investidor consiga em torno de CDI + 8% a.a., que é o que a empresa tem entregado de retorno ao longo dos últimos anos. Para ter este retorno, a diversificação é muito importante, formando uma carteira de empréstimo pulverizada entre diversas empresas. O P2P Lending permite que investidores pequenos tenham acesso a uma classe de ativos que antes era privilégio dos grandes investidores institucionais. Com cerca de 10 mil reais já é possível iniciar com uma carteira minimamente diversificada, principalmente se utilizar as ferramentas de diversificação automática, como a Nexoos oferece.
O P2P Lending tem uma característica peculiar no que diz respeito à liquidez que tem agradado bastante os brasileiros. Se por um lado o investidor não pode resgatar o valor investido quando ele quiser, afinal o valor está emprestado para outras empresas, por outro lado ele recebe uma “renda extra” todos os meses. Ou seja, como os pagamentos são mensais, o investidor que monta uma carteira diversificada, passa a receber um fluxo financeiro todos os meses, de acordo com o pagamento das parcelas por parte dos devedores.
É importante lembrar que é um investimento de risco e o investidor recebe apenas caso a empresa realize os pagamentos. Em geral, as plataformas realizam o serviço de cobrança para o investidor não ter que se preocupar com isso, inclusive cobrança judicial. Dessa forma, recomenda-se que o investidor olhe a sua carteira como um todo, analisando o retorno médio, assim como faz quando investe em fundos, e não cada crédito isoladamente. Devido ao risco, sabemos que não é um investimento para todos, por isso a maior parte das plataformas realiza um teste de perfil de risco antes de permitir que o cliente faça o seu primeiro investimento.
Com a demanda crescente por capital e aparente fim da alta de juros, tende a ser um excelente momento para os investidores investirem nessa nova modalidade, já que na maioria das plataformas as taxas são pré-fixadas. Cabe ao investidor estudar o mercado, entender qual o seu perfil de investidor e procurar a melhor opção. Vida longa as fintechs e ao P2P Lending.