Nos últimos anos, o mercado de câmbio no Brasil passou por mudanças impulsionadas pela digitalização e pela evolução das fintechs. Analisando o novo perfil do consumidor do mercado de câmbio, destacam-se soluções digitais emergentes, redução do uso de papel-moeda e o comparativo de taxas. A era digital trouxe uma nova dinâmica ao setor, mudando a maneira como os consumidores interagem com instituições financeiras e demandando serviços mais eficientes e inovadores.
Em plena era digital, no início do século XX, discutíamos a legislação que regulava o tempo de espera na fila do banco. Hoje, essa questão parece superada. Um levantamento recente realizado nos EUA e em cinco países da América Latina, incluindo o Brasil, revelou que sete em cada dez brasileiros mudariam de banco em busca de um atendimento mais eficiente. Isso indica uma mudança radical nas expectativas dos consumidores.
Mesmo com a interação online, reclamações frequentes registradas no estudo da plataforma Infobip e da consultoria Frost & Sullivan apontam a necessidade de repetir informações e o tempo excessivo para resolver problemas e tirar dúvidas. Com a evolução digital, o Brasil registrou, em 2022, uma queda de 11% no número de agências físicas, o menor índice em 15 anos. Este cenário reflete a constante busca por inovação e eficiência no atendimento bancário.
Inovação e competitividade: o novo cenário do mercado de câmbio no Brasil
Para ilustrar a rapidez da inovação no Brasil, vale mencionar que o país, onde se prevê a comercialização de “carros voadores” a partir de 2026, também possui o maior ecossistema de fintechs da América Latina. São Paulo se destaca como a quarta cidade mais inovadora no mundo, segundo o Global Fintech Rankings 2021. Observa-se uma tendência crescente dos clientes em migrar para fintechs na gestão de grandes fortunas, um nicho historicamente conservador. O brasileiro moderno não quer perder tempo em filas; ele busca soluções rápidas e eficazes.
A procura por novas formas de relacionamento com instituições financeiras abrange todos os serviços, desde conta-corrente, poupança, PJ, investimento, cartão de crédito e financiamento até os serviços de câmbio.
Essa busca do consumidor por avanços abre espaço para as fintechs, que por sua vez tendem a ser mais ágeis nas adaptações de mudanças de mercado e implementar inovações.
Se pegarmos por exemplo o mercado de transações e contas internacionais, há poucos anos atrás, tais serviços eram utilizados somente por pessoas de alta renda, com bancos exigindo aportes mínimos para abertura de tais contas no exterior. Para facilitar em viagens internacionais e substituir a compra de papel-moeda, essas soluções ganharam forte aderência pelos brasileiros. Plataformas digitais com fornecimento de conta e cartão de débito no exterior, assim como de transferências internacionais com taxas bem mais atrativas do que quando comparado aos bancos tradicionais já são um sucesso entre os consumidores brasileiros. Essas plataformas são especialmente úteis para quem precisa enviar dinheiro a familiares, pagar por serviços, realizar investimentos no exterior ou utilizar em viagens internacionais.
A utilização de contas no exterior e cartões de débito internacionais tem se tornado uma prática comum para substituir o uso de papel moeda em viagens. Contas digitais oferecidas por fintechs permitem que os usuários realizem transações em múltiplas moedas, muitas vezes sem taxas exorbitantes, proporcionando maior controle e economia durante as viagens.
Ao compararmos a compra de papel moeda com o uso de cartão de débito de contas internacionais, temos a cotação do dólar turismo frente ao comercial, spread variando de 2,5% a 5% no papel moeda, versos 1% a 2,5% nas remessas internacionais. Portanto, as remessas internacionais com uso de conta e cartão internacional não apenas oferecem uma opção mais econômica em comparação ao dinheiro em espécie, mas também são extremamente versáteis.
O cenário financeiro brasileiro está em plena transformação, refletindo uma mudança global na forma como lidamos com o dinheiro. A digitalização, a busca por eficiência e a demanda por soluções personalizadas e ágeis estão moldando o futuro do mercado de câmbio e das finanças pessoais. O novo consumidor brasileiro, digitalmente empoderado, está pronto para adotar essas inovações e deixar para trás o uso do papel moeda em suas viagens e transações internacionais.
O novo perfil do consumidor e a transformação do mercado de câmbio
Essa transformação vai além da tecnologia; um novo consumidor está surgindo, acompanhado de novas empresas, comportamentos, desejos, necessidades e filosofias de vida, disposto a quebrar paradigmas. Embora os bancos tradicionais ofereçam uma estrutura digital sólida, muitos ainda não conseguiram atualizar algo muito mais complexo: sua cultura. Essa defasagem afeta principalmente as gerações mais novas de profissionais, empreendedores e executivos, que demandam agilidade e eficiência em todas as suas transações.
As soluções digitais oferecidas pelas fintechs estão mudando a maneira como os brasileiros lidam com suas finanças, proporcionando um atendimento mais personalizado e eficiente. O consumidor valoriza a conveniência e a rapidez, características que as instituições financeiras tradicionais precisam incorporar para permanecerem competitivas.