Sem conflitos de pagamento

Payby usa tecnologia para solucionar “pepino” dos restaurantes

Em entrevista ao BP Money, Pedro Milcent, cofundador da Payby, fala sobre o surgimento e expansão da empresa que inovou o setor de restaurantes

Foto: Payby/divulgação
Foto: Payby/divulgação

Usufruir tempo de qualidade com amigos e familiares em um restaurante é uma das práticas culturais que quase todos os países do mundo compartilham. Mas, há um momento que pode se tornar um “abacaxi a ser descascado” por todos os envolvidos: a hora de pagar a conta. Foi pensando nessa dor específica dos comércios que nasceu a Payby.

A plataforma permite que os restaurantes parceiros disponibilizem aos clientes o pagamento da conta através do site. Funciona da seguinte forma: após a leitura do QRCode, o cliente é direcionado ao Payby, onde pode ver todos os itens da conta, dividir a quantidade que cada pessoa da mesa pagará e selecionar a forma de pagamento de preferência (cartões ou PIX).

Pedro Milcent, um dos cofundadores e CEO da Payby, contou com exclusividade ao BP Money, como a empresa tem se desenvolvido, sobretudo na área de tecnologia, para inovar a maneira como os restaurantes atendem aos seus clientes, e quais são as projeções de finanças e expansão para o futuro.

“Eu descreveria Payby como parceiro de inovação para o restaurante, parceiro de tecnologia para o restaurante. Nosso grande objetivo, nossa grande visão, é ser um parceiro para trazer tecnologia e eficiência”, afirmou.

A empresa criada em Salvador (BA) já se estendeu a diversas outras cidades importantes do Brasil, como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). O foco primordial no momento é conquistar outras localidades do País e se fortalecer no mercado de restaurantes, que, segundo Milcent, ainda funciona de forma similar há 50 anos atrás.

“Nosso objetivo principal de expansão é ir para outros estados no Brasil, especialmente focando em capitais e também em grandes cidades do interior de São Paulo. E depois, mais no futuro, pensar em algo internacional”, indicou.

Confira a entrevista com a Payby na íntegra:

Como surgiu a ideia de desenvolver a plataforma?

Essa é uma história interessante. A Payby começou porque a família de um dos nossos sócios, o Thiago [Pereira, cofundador da empresa], é dona de um restaurante do centro de Salvador, e percebemos a dor que eles tinham, que é exatamente o maior desafio, na hora de fazer o pagamento.

Nessa mesma época, eu estudava e morava na França, onde existe uma empresa que faz algo similar ao que a Payby faz hoje, que é exatamente o pagamento pelo celular do Aircoach.  Então unimos o útil ao agradável, pensando na dor dos restaurantes aqui do Brasil, justamente na demora na hora do pagamento, por isso criamos a plataforma.

Como funciona o negócio na prática, considerando a captação de clientes e implementação da tecnologia para os restaurantes?

Nossa captação de clientes tem três pilares, um deles é a nossa relação com os sistemas [nesse caso] que os restaurantes usam. Muitas vezes recebemos indicação desse sistema para falarmos com o cliente interessado.

Temos também a venda direta própria. Nosso time de vendedores que está em algumas cidades do Brasil, mas com uma potência maior em Salvador, porque somos uma empresa baiana. 

E temos também marketing digital, temos um exemplo de tráfego pago nas redes sociais, para colocar no Instagram e já entrar em contato direto com esse jumbaker e o restaurante.

A Payby já adota o uso de inteligência artificial para as soluções que  oferecem? 

Na parte de inteligência artificial, temos uma solução que ainda não foi posta em prática, que é uma solução de IA nutricional. Conseguimos [através dela], somente com o nome do prato, por exemplo, estimar quantas calorias aquele prato tem, qual o nível de gordura, qual o nível de proteína. 

Essa é uma solução que ainda não colocamos no mercado, mas que já temos desenvolvido em parceria com a Universidade do Apostológio Califórnia, nos EUA.

No quesito inovação, quais são agora os passos futuros, o que vem sendo desenvolvido? 

O próximo passo é a função do pedido. Atualmente, fazemos um pagamento, mas o pagamento que será adicionado agora é uma função pedido para que eu crie, [a partir dessa função] o cliente consiga fazer todo fluxo. Então, ele [o cliente] vai conseguir ler o QR Code, ver todo o cardápio, fazer o pedido no próprio restaurante, sem precisar chamar o garçom.

Essa é a próxima, a próxima inovação que vamos adicionar, e tem também a parte de fidelidade. Queremos também que, uma vez que o cliente faça o pagamento [pela Payby] que o restaurante tenha um programa de fidelidade, por exemplo, “Venha dez vezes e a décima primeira é grátis”, queremos que essa marcação seja automática.

Aquela marcação com cartões físicos, em que o dono de restaurante chega e faz o X, isso vai ser coisa do passado. 

Nesse sentido, quais são os investimentos que a Payby pretende fazer no longo e no curto prazo para a implementação dessas novas tecnologias para os clientes?

Nosso próximo investimento é exatamente na equipe. Temos uma equipe tech maior, então, exatamente, trazer mais pessoas na equipe, especialmente nessa parte, e também para projetos individuais, esses são os nossos grandes objetivos com essa nova rodada.

Estamos finalizando o nosso produto, que começou com o pagamento, mas vai muito além disso. Queremos ser o parceiro completo de tecnologia do restaurante, do pedido ao pagamento, à fidelidade, ao marketing personalizado também.

A Payby, quando um pagamento ocorre na nossa plataforma, sabemos, por exemplo, quem foi que pagou em determinado espaço e pediu a uma parmegiana com uma Coca-Cola. Então, se passar, por exemplo, uma semana, duas semanas, três semanas, sempre que você não for no restaurante, essa vai ser a nova possibilidade de marketing personalizado que vamos colocar. 

Podemos mandar uma mensagem diretamente para o cliente, exatamente com um desconto de algo que ele gosta, que você já consumiu no local. Permitimos que um restaurante tenha essa inteligência de dados também. É outro produto que vamos adicionar, pois já temos o dado, vamos explorá-los mais. 

Em termos de receita, quanto a empresa pretende captar em 2025 e como está sendo este ano? Quais são os investimentos internos, no sentido de expansão do negócio? 

A nossa próxima rodada é de R$ 1 milhão, é uma rodada pre-seed. O que temos conseguido fazer com sucesso é exatamente ter um take-rate interessante, o take-rate é o valor que captamos por transação, similar à máquina de cartão de crédito.

Então, por exemplo, a máquina de cartão de crédito vai cobrar 2% por cada transação. Na Payby temos o nosso take-rate que é interessante para o restaurante e para nós. Já conseguimos validar esse modelo econômico, que é a porcentagem que pegamos de cada transação.

Já conseguiu validar que a gente participe do mercado tendo um take-rate percentual com transação, que nos remunera bem e, ao mesmo tempo, permite que o restaurante pague um valor abaixo do valor que ele paga nas maquininhas. 

E se tratando da parte financeira, também conseguimos bater um tpv interessante. Tpv é o valor transacionado na nossa plataforma.

Esse é um dado mais confidencial, digamos assim, mas, para se ter uma ideia, conseguimos ter por volta de 15% a 25% dos pagamentos do restaurante. Então, pegamos 1/5, ou 1/4 dos pagamentos.

Quer dizer que, dependendo do restaurante, uma a cada cinco, ou quatro pessoas que vão ao restaurante têm que pagar pelo nosso método, mas queremos chegar a 50%.

Vocês têm operações de outros lugares além de Salvador? Tem o objetivo de expandir para para o exterior também? 

Nós estamos em São Paulo, temos um restaurante no Rio de Janeiro, estamos fechando um negócio no Rio Grande do Sul, também estamos em Alagoas, além de outras localidades também pelo Brasil, como Minas Gerais.

Nosso objetivo principal de expansão é ir para outros estados no Brasil, especialmente focando em capitais e também em grandes cidades do interior de São Paulo. E depois, mais no futuro, pensar em algo internacional.

Nosso foco primordial é realmente o Brasil. Existem mais de 700 mil restaurantes no País, que tem um mercado muito grande para atingirmos, sabemos que essa é uma solução inovadora que a grande maioria dos restaurantes não tem.  

Como você descreveria Payby? Quais são os pilares que sustentam a empresa? 

Eu descreveria Payby como parceiro de inovação para o restaurante, parceiro de tecnologia para o restaurante. Nosso grande objetivo, nossa grande visão, é ser um parceiro para trazer tecnologia e eficiência. 

Isto em todos os métodos. Começamos com o pagamento, percebemos que era um dos locais de maior dor dos restaurantes e dos clientes, porque ninguém gosta de esperar 15 minutos para pagar uma conta.

Então, nosso objetivo é ser um parceiro completo, ajudar o restaurante e o cliente, por exemplo, na parte da fidelidade, na parte do pedido e no marketing também, para ter um marketing muito mais personalizado, mais humano e direto.

Uma coisa que percebemos é que o mundo dos restaurantes ainda é muito arcaico, ele funciona de forma muito similar há 50 anos atrás. Alguns restaurantes ainda funcionam com comanda de papel, então vimos que tinha muito espaço para adicionar tecnologia, rapidez e deficiência.

Tudo isso, no final do dia, quer dizer uma margem maior para o restaurante, e melhor experiência para o cliente, que é o objetivo final de todo mundo. Então, é para que o nosso grande objetivo e o negócio se concentre no que ele faz de melhor, que é uma comida gostosa, e o resto nós cuidamos sendo um parceiro que oferece rapidez, eficiência, organização e dados.

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