Abertura do mercado

Ibovespa abre em alta mesmo com Focus pessimista; dólar cai

Investidores estão atentos ao caso do Itaú; à decisão do Copom para a Selic; à divulgação dos números do IPCA; e à inflação nos EUA

Ibovespa
Foto: Freepik / Ibovespa

Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta segunda-feira (9) em alta, mesmo com as previsões de inflação e Selic mais altas no Boletim Focus. O mercado também acompanha os desdobramentos da ação civil contra o ex-CFO do Itaú e as expectativas para a Selic e o IPCA.

Por volta das 10h18 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma alta de 0,77%aos 126.916 pontos.

Por sua vez, o dólar comercial caía 0,64%, cotado a R$ 6,0506.

As projeções do mercado financeiro para a Selic, atualmente em 11,25% ao ano, subiram para 12% ao final de 2024, apontou o relatório “Focus”, publicado pelo Banco Central nesta segunda-feira (9). Já as previsões para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2024 subiram de 4,71% para 4,84%.

Investidores acompanham os desdobramentos das investigações contra o ex-CFO do Itaú Unibanco Alexsandro Broedel, que levaram o banco a protocolar uma ação civil contra ele e o especialista em contabilidade Eliseu Martins na sexta-feira (6). O mercado quer identificar se o processo pode impactar as ações o Itaú e de outros bancos.

Outro destaque é a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a Selic na reunião de quarta-feira (11), um dia após a divulgação do IPCA. Nos contratos de opções da B3, 51% dos investidores apostam em uma alta de 0,75% nesta semana e 40% esperam aumento de 1%. As previsões para o IPCA são de desaceleração.

Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa

A inflação prevista pelo Boletim Focus, de 4,84%, está acima do teto da meta, que é de 4,50%. A meta central de inflação para 2024 é de 3%, considerada cumprida caso o índice fique dentro da faixa de tolerância de 1,5% a 4,5%.O boletim também ajustou as previsões para a Selic em 2025, de 12,63% para 13,50% ao ano.

Além de digerirem estes dados, investidores estão atentos ao caso do Itaú, após a identificação de práticas irregulares de Broedel que envolvem transferências de recursos entre ele e Martins que estavam beneficiando o ex-CFO. As suspeitas do Itaú envolvem a contratação de 40 pareceres, com valor total de R$ 13,26 milhões.

Enquanto isso, as expectativas são de desaceleração para o IPCA de novembro, a ser divulgado nesta terça-feira (10). Porém, o mercado não espera que a melhora pode levar a um alívio na decisão do Copom na quarta-feira (11), já que o país passa por perspectivas de alta na inflação e por pressão do dólar, que ultrapassou R$ 6.

Outro destaque que pode mover o Ibovespa são os números de inflação nos EUA, que vai divulgar o CPI (inflação ao consumidor) na quarta-feira (11) e o PPI (inflação ao produtor) na quinta-feira (12). Investidores estão na expectativa, mas analistas não acreditam que esses números devem mudar as apostas para os cortes de juros do Fed.

EUA

Os índices futuros dos EUA apresentam desempenho misto nesta segunda-feira (9), enquanto os investidores aguardam a divulgação dos dados de estoques no atacado de outubro, previstos para as 10h (horário local).

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,08%

S&P 500 Futuro: +0,04%

Nasdaq Futuro: +0,13%

Bolsas globais

Na Ásia-Pacífico, as bolsas encerraram o dia com desempenhos variados. O índice Kospi, da Coreia do Sul, recuou 3%, em meio à turbulência política envolvendo o presidente Yoon Suk Yeol.

Apesar de ter superado uma votação de impeachment, ele foi alvo de uma investigação criminal relacionada à tentativa de lei marcial da semana anterior.

Na China, os dados econômicos mostram que a inflação ao consumidor diminuiu em novembro, indicando que as iniciativas governamentais não têm sido suficientes para estimular a demanda interna.

Esse cenário reforça expectativas de novas medidas de suporte fiscal, com discussões previstas para a Conferência Central de Trabalho Econômico que começa na quarta-feira. Nesta segunda, o Politburo chinês, liderado por Xi Jinping, comprometeu-se a implementar políticas fiscais mais agressivas e ajustes monetários flexíveis para 2024, priorizando o mercado imobiliário e o fortalecimento do consumo doméstico.

Shanghai SE (China), -0,05%

Nikkei (Japão): +0,18%

Hang Seng Index (Hong Kong): +2,76%

Kospi (Coreia do Sul): -2,78%

ASX 200 (Austrália): +0,02%

Bolsas europeias

Já na Europa, as bolsas operam em alta, com atenção voltada para os desdobramentos geopolíticos no Oriente Médio após a destituição do presidente sírio Bashar al-Assad.

Apesar de celebrarem a mudança, líderes ocidentais alertaram sobre possíveis instabilidades no vácuo de poder deixado pelo regime.

Além disso, investidores aguardam a decisão do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana, com expectativa de um corte na taxa de juros de 25 pontos-base, o que pode trazer novos estímulos à economia da região.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,33%

DAX (Alemanha): +0,09%

CAC 40 (França): +0,64%

FTSE MIB (Itália): +0,03%

STOXX 600: +0,22%