O analista do Credit Suisse, Zoltan Pozsar, afirmou que o apetite das instituições financeiras norte-americanas por títulos do Tesouro dos Estados Unidos pode reduzir frente a expectativa de que os bancos alterem seu foco para o crescimento dos empréstimos.
Enquanto isso, o Fed (banco central do país) pretende encurtar a carteira de ativos e elevar as taxas de juros para combater a inflação.
Os rendimentos podem ser ainda mais pressionados com uma menor demanda por títulos do Tesouro de longo prazo, à medida que investidores se ajustam às expectativas de que o Fed apertará a política monetária de forma mais agressiva.
Durante a pandemia, o banco contribuiu para uma liquidez e atividade de negociação sem precedentes ao comprar ativos, porém o resultado da receita operacional dos principais bancos de Wall Street recuou no quarto trimestre. A queda veio em meio a normalização dos mercados e a redução de compra de ativos por parte da autarquia, gerando menores volumes de negociação.
Na véspera (19), o Bank of America divulgou dados acima dos esperado para o lucro trimestral, que disparou de 30%. O bom desempenho foi alavancado parcialmente por recordes nas concessões de empréstimos.
Na última semana, o JPMorgan informou expansão de 6% nos empréstimos, ao passo que suas receitas operacionais apresentaram baixa.
Já o Goldman Sachs (GS) revelou lucro trimestral abaixo das expectativas na quarta-feira (19), num reflexo de receitas de negócios mais fracas.
“Nossa visão de que as carteiras dos bancos absorverão facilmente as emissões do Tesouro dos EUA em meio ao excesso de liquidez e ao lento crescimento dos empréstimos está mudando agora que o crescimento dos empréstimos está de volta e o QT (aperto quantitativo) está se aproximando”, comentou Pozsar em relatório.