O Brasil informou um déficit comercial de US$ 176 milhões apenas em janeiro, segundo o que foi dito pelo Ministério da Economia nesta terça-feira (1).
A informação veio junto com a expectativa do mercado, que indicava um saldo negativo de US$ 167 milhões na balança comercial do primeiro mês 2022. No mesmo período do ano passado, o país teve déficit comercial de US$ 220 milhões.
Enquanto em dezembro, as exportações ficaram em US$ 19,673 bilhões, valor recorde para o mês e alta de 25,3% sobre janeiro de 2021 levando em consideração a comparação pela média diária.
Os embarques de soja (+5.007,4%), cuja safra teve colheita mais tardia no ano passado, foi um dos principais destaques por mostrar uma alta expressiva. Como consequência, as exportações agropecuárias totais dispararam 97,5% no mês.
No caso das exportações da indústria extrativa o recuo foi de 18,6%, abaladas por uma redução das vendas de minério de ferro, que sofreram o impacto das enchentes no Estado de Minas Gerais. Essa baixa foi o principal motivo por trás do recuo de 3,8% das vendas do país para a China no mesmo período.
No total, as importações brasileiras somaram US$ 19,849 bilhões em janeiro, aumento de 24,6% na comparação anual pela média diária e segundo melhor resultado da história para o mês depois de 2014, que registrou US$ 20,2 bilhões.
Nesse cenário, o principal destaque foi o avanço de 326% das importações da indústria extrativa, impulsionadas pela maior demanda do país por commodities energéticas, como o caso do petróleo bruto (alta de 420% nas importações), gás natural (+501%) e carvão (+335%).
Em 2021, o Brasil registrou superávit comercial de US$ 61,223 bilhões, maior valor da série histórica, e, para 2022, o governo estima novo recorde, de US$ 79,4 bilhões.
O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, informou que a expectativa é que uma eventual turbulência política na Rússia, que enfrenta tensões com grandes potências do Ocidente por causa da Ucrânia, teria pouco impacto sobras as exportações brasileiras para a região, muito concentradas em alimentos.
“É um bem que tem pouca elasticidade, responde pouco a quedas de renda, por exemplo. Então um eventual distúrbio político que pudesse levar a algum problema econômico que afetasse a renda dos consumidores, isso poderia levar a menos consumo, mas a característica da pauta brasileira acaba sendo menos afetada por esse tipo de redução”, afirmou.
Segundo o subsecretário esse tipo de manobra “acaba nos favorecendo em relação a outros países.”