Economia

Campos Neto diz que é importante manter meta fiscal

"Independentemente das dificuldades, é importante insistir na manutenção da meta fiscal”, disse Campos Neto

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, voltou a defender que o Executivo se esforce para alcançar os objetivos estabelecidos para o cumprimento da meta fiscal em 2024.

“Independentemente das dificuldades, é importante insistir na manutenção da meta fiscal”, afirmou Campos Neto nesta sexta-feira (17/11), durante um seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo, em São Paulo.

“Você gastou um tempo enorme desenhando o arcabouço. E o arcabouço já tem previsões do que acontece quando não consegue atingir as metas, tem previsão de penas, de contingenciamento. Você fez um arcabouço, lutou por ele, fez um trabalho de convencimento dos parlamentares, de comunicação com a sociedade”, observou Campos Neto.

“A gente tem uma diferença grande entre a previsão do mercado e a meta do governo. Existe possibilidade de obter receitas com algumas correções de distorções”, concluiu.

Padilha diz que não há derrotados ou vitoriosos sobre meta fiscal

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou nesta quinta-feira (16) que tenha vitoriosos ou derrotados na decisão do governo de manter a meta de déficit fiscal zero no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

“Se especulou muito sobre propostas, sobre metas e sobre derrotados e vitoriosos. Isso não existe dentro do governo. Existe um debate, que é um debate normal dentro do governo”, alegou Padilha.

No final de outubro, a meta de déficit zero de 2024 se tornou um assunto político, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a afirmar que um déficit de 0,25% ou 0,5% não seria problema. Internamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), queria manter a meta, e uma ala liderada por Rui Costa, da Casa Civil, preferia mudá-la.

Apesar disso, Padilha disse que Lula nunca disse que mudaria a meta fiscal. “Quem criou a confusão foram outros. A fala do presidente Lula é explícita, primeiro de reforçar que sempre cumpriu as metas fiscais, sempre se esforçou para fazer superávit primário”, relatou.

“O presidente fala sobre a banda. O próprio marco fiscal estabelece a banda de 0,25%. É isso que o presidente fala. A partir da fala do presidente alguém começa a fazer especulação. Ou para ganhar dinheiro, ou para fazer as pessoas perderem dinheiro, ou fazer especulação política de que o governo iria mudar a meta. Quem especulou perdeu dinheiro de novo”, acrescentou Padilha.

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