Economia

Campos Neto vota sobre juros pela última vez nesta 4ª feira

Espera-se que Campos Neto mantenha um posicionamento técnico e vote a favor de uma elevação maior da taxa Selic

Roberto Campos Neto, presidente do BC
Roberto Campos Neto, presidente do BC / Foto: Raphael Ribeiro/BC

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidirá sobre a nova etapa da trajetória dos juros nesta quarta-feira (11). A reunião marca a última participação de Roberto Campos Neto, presidente do BC, nas decisões sobre a Selic (taxa básica de juros), visto que seu mandato encerra no dia 31 de dezembro.

O mercado está dividido quanto a uma projeção da elevação – o que já é certeza -, uma parte espera aumento de 0,75 p.p. (ponto percentual) na Selic, enquanto outros especialistas já observam margem para alta de 1 p.p.

Espera-se que Campos Neto mantenha um posicionamento técnico e vote a favor de um patamar que ajude a controlar as expectativas de inflação, de acordo com o “Investing.com”.

Em paralelo a isso, para os outros membros do colegiado que seguirão a partir do ano que vem, esta reunião servirá para manter a confiança do mercado financeiro no BC. Os diretores, especialmente os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também precisam seguir um viés estratégico.

Ao longo do mandato de Campos Neto, o Copom fez reuniões. Nesse tempo, a Selic chegou ao seu nível histórico mais baixo, em 2% ao ano, durante a pandemia de Covid-19, quando os países implementaram medidas de estímulos monetários para aumentar o nível de atividade econômica durante o isolamento social.

Além de Campos Neto, a reunião do colegiado também será a última para outros 2 integrantes que foram indicados na gestão de Jair Bolsonaro (PL): Carolina de Assis Barros, diretora de Relacionamento Institucional e Otávio Damaso, diretor de Regulação.

Campos Neto: há certa dúvida no ar sobre reunião de dezembro do Fed

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (19) que há “certa dúvida no ar” sobre a decisão do Federal Reserve (Fed) na reunião de dezembro e sobre o espaço disponível para cortes nos juros nos Estados Unidos.

Durante evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Campos Neto também mencionou o potencial inflacionário de medidas anunciadas por Donald Trump durante sua campanha presidencial e ressaltou a necessidade de acompanhar a política monetária que será implementada no próximo governo dos EUA, previsto para iniciar em 2025.

O presidente do BC iniciou sua fala abordando os desafios econômicos globais. “Estamos enfrentando uma fase bastante desafiadora. Os países gastaram muito durante a pandemia, e agora os juros estão mais altos”, comentou. As informações foram divulgadas pelo Valor.

Entre os desafios futuros, ele destacou a necessidade de financiamento da transição energética e os problemas no comércio internacional. “Na América Latina, temos a inflação de alimentos e energia voltando a subir um pouco”, concluiu Campos Neto.