China: Expansão de usinas de energia movidas a carvão e siderúrgicas está à frente do clima

18 altos-fornos siderúrgicos e 43 usinas termelétricas a carvão foram anunciadas nos primeiros seis meses de 2021

Na China, a expansão de usinas e aço movidas a carvão avançou de forma relevante no primeiro semestre deste ano, refletindo a resistência do governo chinês em sacrificar a indústria, impulsionando o crescimento para atingir seus objetivos climáticos, segundo o Financial Times.

De acordo com o Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo (CREA, sigla em inglês), grupo de defesa com sede na Finlândia, 18 altos-fornos siderúrgicos e 43 usinas termelétricas a carvão foram anunciadas nos primeiros seis meses de 2021. 

Diante do crescimento dos preços do aço, 35 milhões de toneladas de capacidade de produção de ferro dependente do carvão foram anunciadas no período, mais do que no total de 2020. 

Para Lauri Myllyvirta, analista-chefe do CREA, como a produção de aço é a segunda maior fonte de emissões de carbono da China, “não vejo a matemática para chegar ao pico de carbono em 2030 sem uma redução de 30 por cento do aço”.

O presidente do país, Xi Jinping, prometeu que a China atingirá o pico de emissões de CO2 até 2030 e alcançará emissões líquidas zero até 2060. Porém, os ativistas do clima estão preocupados que essa ambição não seja refletida como metas claras em documento oficiais de planejamento econômico.

“Com o surto mais recente ameaçando retrocessos para a economia, podemos esperar mais estímulos à construção para compensar isso”, declarou Myllyvirta. “O enigma de crescimento versus metas de emissões não vai acabar tão logo quanto esperávamos.”, completou.
 

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