Mohamed El-Erian

'Crescimento está diminuindo e não temos âncora', diz o economista

“A visão é que a economia [dos EUA] está entrando numa recessão. O Fed [Banco Central dos EUA] está atrasado", disse Mohamed El-Erian

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O presidente do Queens’ College, da Universidade de Cambridge, e uma das figuras mais influentes de Wall Street, Mohamed El-Erian, declarou nesta sexta-feira (30) que “o crescimento [econômico] está diminuindo e não temos mais essa âncora. O guia político falta; a âncora técnica não está presente”.

As declarações de Mohamed foram feitas durante o Expert XP 2024. O influente economista foi questionado sobre o crescimento da economia norte-americana diante do cenário atual.

“A visão é que a economia [dos EUA] está entrando numa recessão. O Fed [Banco Central dos EUA] está atrasado, e alguns acreditam que o Fed deveria cortar a taxa de juros imediatamente por emergência”, disse Mohamed.

Em meio aos dados econômicos que fazem as perspectivas de melhora econômica oscilarem, o economista ressaltou que esse cenário de inconstância não é o ideal. “Nós estamos falando da maior economia do mundo”, disse ele.

“Estamos falando de uma economia madura e que deveria ser previsível, mas não é, e isso nos leva a uma situação cíclica. O crescimento está diminuindo e não temos mais essa âncora. O guia político falta; a âncora técnica não está presente”, pontuou.

Mohamed El-Eri diz que aposta no crescimento do Brasil, pois estamos ‘perfeitamente posicionados’

“Vocês têm matéria-prima, estão perfeitamente posicionados para a questão da segurança alimentar e muito bem posicionados para um mundo que vai se preocupar com energia sustentável. Vocês têm todos esses vínculos”, disse o economista.

Mohamed ainda fez um comparativo entre o Brasil e a Índia. Em seu exemplo, ele disse que, se “fossem colocados todos os atributos dos países na frente de investidores, mas excluíssem os nomes, com certeza o Brasil seria escolhido”.

“O mercado enorme [da Índia] é comparável ao Brasil, mas, se colocarem os nomes, as pessoas vão acabar apostando na Índia.” O economista pontuou que há um certo pessimismo em relação ao Brasil, mas otimismo em relação à Índia.

“Eu acho que, se você simplesmente observar do ponto de vista analítico, as habilidades e atributos estão ali. As tecnologias vão oferecer ao Brasil”, acrescentou, ressaltando que o que falta é a oportunidade de aumentar aquilo que já existe no país.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile