Economia: confira principais propostas de Lula e Bolsonaro

Com ideias bastantes distintas, as propostas de ambos para a economia se diferenciam

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputam o cargo de presidente da República para os próximos quatro anos. O segundo turno está marcado para 30 de outubro, último domingo do mês. Com ideias bastantes distintas, as propostas de ambos para a economia se diferenciam. 

O BP Money entrou em contato com a assessoria do PL (Partido Liberal), mas, até o presente momento, não obteve retorno. Também entrou em contato com a assessoria econômica do PT (Partido dos Trabalhadores) para que algum integrante da equipe econômica de Lula pudesse discorrer sobre às propostas. No entanto, a assessoria afirmou não haver “novidades no momento”, e não quis conceder entrevista à reportagem. 

Lula busca combater a fome em sua proposta para economia

Divergindo em alguns pontos do seu concorrente, a base das propostas petistas é o combate à fome. Em seu plano de governo, Lula diz que irá reconstruir e transformar o Brasil, com um regime fiscal baseado na credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade para atrair investimentos.

As propostas focam no combate à fome e à pobreza, grande bandeira de Lula e do seu partido ao longo dos governos petistas. Eles visam o retorno de políticas públicas já conhecidas, como o Bolsa Família. 

O seu projeto prevê construir um desenvolvimento que supere o modelo neoliberal que “levou o país ao atraso”, diz o documento. 

Lula, em seu plano, indica que tentará revogar a lei do teto de gastos e a discussão sobre a legislação trabalhista. Sobre a previdência, o petista propõe a superação das “medidas regressivas e o desmonte” promovidas na reforma de 2019.

O plano petista também fala numa reforma tributária com a simplificação de tributos e modelo progressivo, reduzindo a tributação do consumo e aumentando os impostos pagos pelos mais ricos.

O plano também propõe o fim da Política de Paridade Internacional de preços da Petrobras (PPI) e se opõe à privatização da Eletrobras e cita a “recuperação do papel da empresa como patrimônio do povo”.

“Os ganhos do pré-sal não podem se esvair por uma política de preços internacionalizada e dolarizada: é preciso abrasileirar o preço dos combustíveis e ampliar a produção nacional de derivados, com expansão do parque de refino”, diz o plano. 

O documento aponta que “reduzir a volatilidade da moeda brasileira por meio da política cambial também é uma forma de
amenizar os impactos inflacionários de mudanças no cenário externo”.  

Diferente de Bolsonaro, Lula se posiciona contra a privatização da Petrobras, do Pré-Sal Petróleo S.A., e dos Correios. 

Em seu projeto, Lula pretende fortalecer os bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, BNB, BASA e a FINEP. 

Lula vê o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Banco do Brasil e a Caixa com um papel importantíssimo na retomada do desenvolvimento do país. 

O ex-presidente também destaca, em seu plano, estimular as atividades econômicas com menor impacto ecológico. “Para isso, será necessário recuperar as capacidades estataiso
planejamento e a participação social fortalecendo o Sistema Nacional de Meio Ambiente e a Funai. 

Além disso, ressalta ser imprescindível garantir a soberania e a segurança energética do país, com ampliação da oferta de energia, aprofundando a diversificação da matriz, com expansão de fontes limpas e renováveis a preços compatíveis com a realidade brasileira. 

Bolsonaro prega liberdade em programa

O candidato Jair Bolsonaro coloca a “liberdade” como cerne de seu plano de governo, e assim trata ao longo das suas propostas, defendendo a “liberdade econômica”, a “liberdade religiosa”, “liberdade de expressão”, a “liberdade para a defesa de direitos” e a “liberdade para o uso responsável dos recursos naturais”.

O atual presidente apresenta a liberdade econômica como mecanismo para promover o bem estar social. De acordo com o documento, é preciso reduzir a quantidade de atribuições do Estado e facilitar o trabalho do empreendedor, para que gere emprego e renda. 

Além disso, defende, em seu plano de governo, a privatização de estatais para promover a melhor administração pública. Entre elas estão Eletrobras, Correios e Petrobras, visando uma possível solução para evitar o constante reajuste dos preços dos combustíveis.

Na sua proposta, o chefe de Estado pretende gerar seis milhões de vagas de emprego. Segundo ele, a geração de emprego e renda permite que as pessoas devem desfrutar de uma vida digna e ao mesmo tempo contribuam na geração de riqueza coletiva no país.

Um dos seus principais compromissos é o de manter o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 em 2023. O benefício tem sido um importante aliado do presidente na sua campanha, no qual busca atingir os votos das pessoas de baixa renda. 

Além disso, a gestão garante que aquelas famílias em que o responsável familiar for registrado no mercado formal não perderão o direito ao benefício do programa de transferência de renda, além de receberem um bônus de R$ 200. 

Outro público que Bolsonaro busca angariar votos é o feminino. Em seu plano, o presidente defende a implementação de políticas públicas para a igualdade de salários entre homens e mulheres que desempenham a mesma ocupação laboral. 

Além disso, busca equilibrar, até mesmo por meio do trabalho híbrido ou remoto, a tarefa de cuidar dos filhos e prover sustento.

Ainda em seu plano de governo, Bolsonaro reforça a necessidade de realizar uma reforma tributária, com simplificação de impostos e correção de 31% na tabela do Imposto de Renda.

O objetivo seria aumentar a a faixa de isenção do imposto de renda para cinco salários mínimos. Além disso, o plano ainda defende a realização de uma reforma administrativa, que teria como foco a valorização do servidor.