Entenda os reflexos da maior alta da inflação em 19 anos

O pais enfrenta a maior variação percentual para o mês desde julho de 2002

A inflação oficial de preços aos consumidores no Brasil manteve seu histórico de alta e iniciou o segundo semestre de 2021 com um salto de 0,96% no mês de julho. Esta é a maior variação percentual para o mês desde julho de 2002 quando obteve 1,19%.

Com isso, o indicador acumula alta de 4,76% no ano e de 8,99% nos últimos 12 meses, acima do acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (8,35%). Em julho de 2020, a taxa mensal foi de 0,36%. O resultado mantém o indicador acima do teto da meta estabelecida para a inflação neste ano, de 5,25%.

Em uma tentativa de frear a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) voltou a subir a taxa básica de juros (Selic) no último dia 4.

O índice foi divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi pressionada pelos reajustes dos elevados preços da energia elétrica, impulsionado pela crise hídrica.

O momento crítico no cenário hídrico se explica pela  escassez de chuvas que eleva os custos de geração de energia elétrica. O reflexo é a luz mais cara nos lares brasileiros.

O resultado também é consequência dos reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo, de 8,97% em Curitiba, e de 9,08% em uma das concessionárias de Porto Alegre.

A escalada do IPCA ganhou corpo ao longo da pandemia. Em um primeiro momento, houve disparada de preços de alimentos e, em seguida, avanço de combustíveis. Alta do dólar, estoques menores e avanço das commodities ajudam a explicar o comportamento dos preços.

Tendo em vista este horizonte de reajustes e aumentos, os preços dos produtos tendem a aderir ao mesmo comportamento. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no mês de julho houve um aumento do custo da cesta básica de alimentos em pelo menos 15 capitais.

Os produtos que puxaram essa alta foram o açúcar, o café em pó e o tomate, em algumas cidades a cesta básica chega a atingir o valor de R$ 656,92.

De acordo com os dados, foi estimado pelo Dieese que o salário mínimo necessário para alimentar uma família de quatro pessoas deveria ser equivalente a R$ 5.518,79, valor que corresponde a 5,02 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100.

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