
A avaliação recente da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda é que o processo de consolidação fiscal do Brasil teve avanços importantes, o que abre um cenário favorável à gestão da DPF (Dívida Pública Federal).
Isso permitirá que o Tesouro Nacional execute sua estratégia de financiamento em linha com as diretrizes de melhora na composição dívida e alongamento de prazos já a partir de 2025.
Essa conclusão consta no documento “2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025”, publicado pela Fazenda nesta quinta-feira (13).
As condições macrofiscais mais favoráveis ao crescimento econômico e consolidação fiscal é o que vai influenciar a convergência da composição e estrutura de vencimentos aos limites desejados no longo prazo, disse o órgão da Fazenda.
O documento diz ainda que a expectativa de avanços na nota de crédito do País deve se apoiar nos esforços de consolidação fiscal e nas reformas em curso voltadas ao crescimento econômico, segundo o “Estadão”.
“Esses fatores são cruciais para o avanço da gestão da DPF, especialmente na melhora de sua composição, com o objetivo de reduzir a exposição a juros flutuantes e ampliar a fatia de dívida com taxas prefixadas, a ser alcançada gradualmente no médio prazo”, diz a nota.
Fazenda ‘quer e vai buscar’ inflação dentro da meta em 2025
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que já era esperado que a inflação de 2024 estourasse a meta do BC (Banco Central), mas acredita ser “possível” ter um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mais “comportado” em 2025. Ele afirmou que a equipe econômica quer e “vai buscar” o índice dentro do alvo.
“Claro que nós queremos e vamos buscar uma inflação dentro da meta em 2025. Sabemos também que a tendência é que a safra de 2025 seja melhor. Por outro lado, tem pressões vindas do câmbio, e está começando a aparecer esse dado em alguns preços industriais”, disse o secretário da Fazenda.
Além disso, Mello também destacou que a casa pensa ser possível trabalhar para ter uma inflação mais “comportada, em particular no que diz respeito aos alimentos”.
O executivo ainda pontuou, segundo a “CNN”, que o resultado de 2024 – que ficou em 4,83% – foi “um pouquinho abaixo” do que se esperava.
O Boletim Focus do BC, divulgado na última segunda-feira (6), apontava uma expectativa de inflação a 4,9% no acumulado do ano, na visão de analistas de mercado.
O secretário da Fazenda indicou que 2024 foi um ano marcado por pressão em alimentos em diversos momentos: no começo do ano, foi o arroz; mais no final do ano, a carne e o café. Mesmo assim, pontuou que, se for abrir os dados, os núcleos estiveram dentro da meta.
“Isso [alimentos], obviamente, joga o índice cheio para cima da meta. Apesar de que, quando você olha os núcleos, eles ficaram dentro da meta. Mas o índice cheio fica acima por causa também muito dessas pressões em alimentos, que nos últimos dois meses podem apontar o início de um processo de desaceleração na subida desses preços”, afirmou o secretário da Fazenda.