Fed fatura US$ 58,8 bi em 2022, queda de 45%

Taxas de juros mais altas elevaram a quantidade de dinheiro que o Fed coloca em saldos de seus bancos depositantes

O Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) faturou US$ 58,8 bilhões em 2022, abaixo dos US$ 107,9 bilhões em 2021. A redução representa uma queda de 45,5%, afirmou o próprio Fed nesta sexta-feira (24).

Taxas de juros mais altas elevaram a quantidade de dinheiro que o Fed coloca em saldos pertencentes a seus bancos depositantes, como informou o veículo Dow Jones Newswires.

A partir de setembro, esses pagamentos excederam a receita do Fed de sua carteira de ativos, que é composta principalmente por títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas.

Fed eleva juros nos EUA em 0,25 ponto percentual

O Fed anunciou nesta quarta-feira (22) que elevou a taxa básica de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,75% a 5,00%. A decisão foi unânime. Na última reunião, ocorrida em fevereiro, a instituição monetária havia elevado os juros em 0,25 ponto percentual.

“Indicadores recentes apontam crescimento modesto do gasto e da produção. Os ganhos de empregos aumentaram nos últimos meses e estão ocorrendo em um ritmo robusto; a taxa de desemprego manteve-se baixa. A inflação continua elevada”, disse o comunicado que acompanha a decisão do Fed.

A decisão do banco central norte-americano surge em um contexto de crise bancária nos EUA. Nas últimas semanas, o SVB (Silicon Valley Bank) e Signature Bank, dois grandes bancos do país, quebraram.

“O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Acontecimentos recentes devem resultar em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas e pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos é incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação”, afirmou a insituição monetária, no comunicado.

“O Comitê antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo”, acrescentou o Fed.

“Na minha opinião, o FOMC deve vir com mais uma alta de +0,25% na próxima reunião no inicio de maio, já que revisou suas projeções em relação a inflação PCE de 2023 para 3,3%, então deve continuar combatendo a inflação deixando claro que esse trabalho ainda não acabou, mesmo impactando o custo de crédito para as famílias e empresas americanas, o que pode começar a enfraquecer a atividade econômica nos EUA”, disse André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, sobre a decisão do Fed. 

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