O sistema financeiro do Brasil é um dos mais avançados do mundo. Por aqui é possível escolher entre diversas opções para o pagamento de uma compra, como Pix, cartão de crédito ou débito por aproximação, carteira digital no celular ou smartwatch e até mesmo bitcoins.
O que muita gente não imagina é que, em meio a tanta modernidade, ainda existam centenas de estabelecimentos que aceitam o bom e velho fiado, ou pendura, em pequenas cidades do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.
Segundo levantamento exclusivo feito com 7.000 empresas em todo o Brasil pela Web Automação, empresa que fornece soluções de vendas e tecnologia para negócios, mais de 400 estabelecimentos aceitaram o fiado como método de pagamento em 2023, transacionando mais de R$ 4,3 milhões.
Ainda de acordo com a pesquisa, os estados em que mais se utiliza o fiado são São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Já os tipos de comércio que mais aceitam esse pagamento são restaurantes, lanchonetes e bares.
Da mesma forma que o cinema de rua continua sendo a preferência de algumas pessoas na hora de assistir um filme, mesmo com tantas possibilidades de streaming na palma da mão, muita gente ainda prefere comprar no fiado.
De acordo com Araquen Pagotto, CEO da Web Automação, alguns comerciantes mantêm essa forma de pagamento para atender compradores resistentes a novas tecnologias. No entanto, há outros que utilizam esse método como forma de fidelizar os clientes com os quais a relação de confiança já é sólida.
Mas não significa que por aceitar fiado os comerciantes ainda utilizam o velho caderninho para controlar as finanças.
“Eles querem fazer uma gestão tecnológica do estoque, das vendas, do fluxo de caixa, então tivemos que nos adaptar e criar uma solução automatizada que incluísse o fiado entre os métodos de pagamento”, explica o executivo.
“E foi um sucesso. Em apenas um ano o valor transacionado pelo novo sistema aumentou em quase 3.500%”, comemora.
Pix: Brasil é referência em ‘tecnologia de pagamento’
O Pix, método de pagamentos instantâneo criado pelo BC (Banco Central) em 2020, tem se popularizado cada vez mais. No início de 2024, a autoridade monetária revelou que, de janeiro a novembro de 2023, a modalidade registrou 141 milhões de usuários.
Com isso, em todo o ano passado, o volume de capital transacionado aumentou 57%, frente a 2022, chegando a R$ 17,1 trilhões, que fez o pix superar cartões de crédito e débito, chamando à atenção de outros países.