Sem cobrança extra

Governo atribui previsão da inflação à expectativa de bandeira verde

A previsão de inflação do governo é mais otimista que a do mercado; o Boletim Focus aponta uma alta para 4,64% e o SPE um avanço de 4,4%

Foto: Pexels / energia
Foto: Pexels / energia

O Boletim Macrofiscal mostrou que o governo espera um avanço na projeção da inflação para 4,4% este ano, conforme dados divulgados pela SPE (Secretaria de Políticas Econômicas) do Ministério da Fazenda. Para a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal, o otimismo decorre da expectativa de bandeira tarifária verde na conta de energia em dezembro.  

O número do governo é mais otimista que a visão do mercado, visto que o Boletim Focus aponta uma alta para 4,64%. 

A bandeira verde, que é estipulada pela Aneel, significa que não haverá cobrança extra na conta de luz. Nadal afirmou que, caso essa mudança seja concretizada, o impacto inflacionário será de 0,17 p.p.

O argumento da SPE foi que o aumento da inflação resultou dos eventos climáticos e do impacto da  também depreciação do real frente ao dólar.

“Se concretizado o cenário de bandeira verde, é muito provável que essas infrações [projetadas] do mercado também caiam um pouco para incorporar a mudança de bandeira”, disse, segundo a “CNN Brasil”.

“Tirando isso, estamos bem alinhados com o que o mercado está vendo porque, de fato, os choques cambiais, choques climáticos foram bastantes intensos e explicam a aceleração da inflação no ano”, acrescentou Nadal.

A determinação da bandeira verde quer dizer que há condições favoráveis para a geração de energia no País. Por isso, a tarifa não sofre nenhum acréscimo.

Governo propõe alta de 58% no orçamento do Luz Para Todos em 2025

governo brasileiro, por meio do MME (Ministério de Minas e Energia), propôs uma elevação de 58% no orçamento do programa Luz Para Todos em 2025. O programa visa universalizar o acesso à energia elétrica no país.

A pasta projetou em R$ 3,95 bilhões a rubrica para a iniciativa. O aumento foi justificado, segundo o MME, “principalmente, pela necessidade de dar celeridade ao processo de universalização.”

A alta também foi apoiada pelo “maior desembolso financeiro necessário em virtude da grande quantidade de novos contratos a serem celebrados no próximo ano em razão do relançamento do programa”, conforme apontou o InfoMoney.

De acordo com o DOU (Diário Oficial da União), o tema será submetido a uma consulta pública até 22 de novembro. As contribuições poderão ser realizadas por meio do site do MME.

Para 2025, o programa quer atender 97.112 unidades consumidoras, um valor 23% superior à meta estabelecida em 2024, que era de 78.752 unidades.

Vale lembrar que o programa é um dos componentes da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), usada para financiar políticas públicas referentes ao setor elétrico.