Pior que esperado

Governo central tem déficit primário de R$ 61 bi em maio

O valor de maio é resultado de um crescimento de 14% acima da inflação nas despesas totais na comparação com o mesmo período em 2023

Foto: Freepik
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O governo central reportou um déficit primário de R$ 60,983 bilhões em maio de 2024, ante o valor negativo de R$ 45,014 bilhões no mesmo mês em 2023. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (26) pelo Tesouro Nacional.

O resultado do governo central, que compreende as contas do Tesouro, Previdência Social e Banco Central, foi pior no mês anterior ao saldo negativo de R$ 54,2 bilhões estimado por analistas ouvidos pela “Reuters”.

O valor de maio é resultado de um crescimento de 14% acima da inflação nas despesas totais na comparação com o mesmo período em 2023, chegando a R$ 225,5 bilhões, ao passo que a receita líquida apresentou um avanço de 9%, a R$ 164,5 bilhões.

Conforme dados do Tesouro, o saldo foi o segundo pior para maio na série histórica iniciada em 1997, ficando atrás somente do dado computado em maio de 2020.

O resultado do mês passado pode dificultar a busca do governo por uma melhora da trajetória fiscal. A meta para o resultado primário de 2024 foi mantida pela pasta econômica do Governo Federal, que busca o déficit zero. Enquanto isso, alvos mais ousados para os próximos anos acabaram afrouxados em meio às dificuldades de avançar com toda a agenda fiscal no Congresso.

Na revisão mais recente da equipe econômica, realizada em maio, foi estimado que o governo fechará 2024 com um déficit primário de R$ 14,5 bilhões, correspondendo a uma piora em relação ao encerramento projetado em março. A informação é do “Uol”.

Governo deve responder estresse do mercado, mas riscos aumentam

Devido ao aumento das estimativas inflacionárias, taxa de juros e ao câmbio desvalorizado, o mercado brasileiro desgastou-se nas últimas semanas. Visto que as expectativas estão desancoradas, para evitar que o quadro piore, o governo federal precisa propor maneiras incríveis de melhorar o lado fiscal.

Além dos dados econômicos, nas últimas semanas as percepções quanto à estratégia fiscal do governo Lula, que os economistas veem com prazo de validade mais curto, também trouxeram consequências. 

Ainda na ponta do governo, o fato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda demonstrar apoio ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) surge como um bom sinal, após rumores de desgaste interno do político.