Governo deve terminar o ano com rombo de R$ 68,8 bi

O governo prevê utilizar todo o espaço da meta fiscal na programação orçamentária de 2024

Foto: CanvaPro
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Com cerca de R$ 40,5 bilhões em gastos extraordinários que devem ser ignorados da meta fiscal, o governo deve terminar 2024 com um rombo de R$ 68,8 bilhões, longe do déficit zero estipulado.

O governo prevê utilizar todo o espaço da meta fiscal na programação orçamentária de 2024. O que significa que a equipe econômica oficialmente não prevê mais entregar resultado zero, mas tenta entregar o déficit máximo permitido – de quase R$ 29 bilhões, de acordo com a “CNN Brasil”.

O mercado foi tomado por um pessimismo quando os Ministérios da Fazenda e do Planejamento apresentaram, na segunda-feira (23), novos dados econômicos.

A previsão do governo, conforme os números apresentados, é finalizar o ano com gastos maiores que as receitas em R$ 68,8 bilhões. Esse montante previsto é maior que os R$ 61,4 bilhões apresentados na avaliação anterior feita há 60 dias.

O discurso adotado pelo governo, de que conseguirá cumpruir a meta fiscal, também está sendo alvo de reclamações pelo mercado, segundo o veículo de notícias.

Isso por conta, principalmente, do fato de que o governo retirou R$ 40,5 bilhões da conta feita para observação se a meta está ou não sendo cumprida.

Os gastos retirados da conta são necessários. Nessa lista estão, por exemplo, as despesas causadas pela calamidade no Rio Grande do Sul e outras ligadas à emergência climática. Além de estarem fora da meta, a conta cresceu R$ 11,7 bilhões em dois meses, de acordo com a “CNN”.

Governo não desistirá de incorporar R$ 8,5 bi em recursos esquecidos à receita

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo não desistirá de compensar integralmente a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e a redução da alíquota previdenciária de municípios.

O impasse sobre a incorporação dos R$ 8,5 bilhões referentes aos “recursos esquecidos” nos bancos pode ser resolvido, segundo ele, através de uma medida legislativa ou no Judiciário.

A lei sancionada sancionada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevê os valores e determinou a reoneração gradual para determinados setores e municípios até 2027.

Confome explicação de Durigan, o Congresso Nacional propôs a solução após alertas da equipe econômica sobre a possibilidade de que não fosse eficaz.

BC (Banco Central) já indicou que, seguindo sua metodologia, esses recursos esquecidos não devem ser contabilizados como receita primária do governo.

“Não vamos abrir mão da compensação. Não vamos compensar R$ 8,5 bilhões a menos na desoneração da folha porque esse recurso não foi válido. Então, vamos buscar a compensação integral”, afirmou Durigan em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (23) para comentar o 4º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.

Recursos similares já foram incorporados como receita primária no passado, ressaltou o executivo da Fazenda, mas que a decisão final caberá ao BC.

“Recursos esquecidos têm cara de receita primária, mas quem vai apurar é o BC”, afirmou.

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