O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta sexta-feira (17), que, com a reforma tributária, o Brasil vai figurar entre os melhores e mais justos sistemas do mundo.
“Acredito que possamos fazer, em país desigual como o nosso, com neutralidade fiscal e na busca de justiça tributária, acredito que estamos fazendo um esforço para buscar uma fórmula”, disse Haddad à “CNN Brasil”.
A afirmação do ministro vem logo após a sanção do primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária, concretizada na quinta-feira (16).
A reforma tributária sobre o consumo vai beneficiar, sobretudo, a população de baixa renda, defendeu Haddad, devido a desoneração de parte dos encargos que mais pesam sobre o bolso desta faixa do consumidor brasileiro.
O trabalho do Congresso Nacional para permitir o avanço de uma pauta que era discutida no país há décadas foi enaltecido pelo chefe da Fazenda.
“Nós criamos uma Secretaria só para isso e demos todo o apoio técnico para o Congresso”, ressaltou Haddad.
Dentre os benefícios que a reforma pode permitir, Haddad ainda pontuou o barateamento das exportações e dos investimentos, o que além de favorecer a balança comercial brasileira deve favorecer a indústria.
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Haddad acredita que Bolsonaro está por trás da crise do Pix
Uma onda de notícias falsas sobre a normativa da Receita Federal para monitoramento de transferências via Pix tomou as redes sociais nesta semana. Na avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PL, devem ter envolvimento no caso, com a invenção de que seria cobrada uma tributação sobre o Pix.
“Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso. O PL financiou o vídeo do Nikolas [Ferreira, deputado federal pelo PL de Minas Gerais]. O Duda Lima [ex-marqueteiro de Bolsonaro] foi quem fez a produção daquele vídeo”, disse o ministro da Fazenda.
O vídeo do deputado Níkolas Ferreiras, em si, não continha fake news, mas outros usuários das redes sociais iniciaram a disseminação das fake news que gerou uma crise para o governo Lula.
Após isso, na última quarta-feira (15) recuou e decidiu revogar uma norma da Receita Federal, que aumentava a fiscalização sobre movimentações financeiras acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e de R$ 15 mil para empresas.
A informação foi divulgada pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quinta-feira (16), o governo editou uma MP (Medida Provisória) que garantiu a não taxação do Pix.
“Às vezes, nós não estamos conseguindo informar, mas não é culpa da imprensa ou do governo. Mentira é que nem vírus. Você só produz a vacina depois de conhecer o vírus. Veja o que aconteceu nesta semana”, lamentou Haddad, em entrevista à “CNN Brasil” na tarde desta sexta-feira (17).
“Eu penso que o Bolsonaro tem uma bronca da Receita Federal pelas questões conhecidas. A Receita descobriu o roubo das joias, abriu a investigação das rachadinhas e dos mais de 100 imóveis comprados pela família Bolsonaro sem uma notável fonte de renda”, prosseguiu Haddad.
