Política e economia

Haddad está sendo derrotado pelo próprio governo, diz Motta

Mesmo reconhecendo que Haddad não tem conseguido implementar 100% de sua agenda, Motta destacou a boa relação do ministro com o Congresso

O ministro Fernando Haddad / Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro Fernando Haddad / Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (4) que vê com dificuldades a aprovação de novas medidas arrecadatórias. Na sua avaliação, o governo está resistindo a medidas de corte de gastos e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está alinhado ao que defende a nova cúpula do Congresso, mas tem sido derrotado internamente.

Motta disse, em entrevista ao “Estúdio I”, da “Globonews”, que conversou com Haddad e reafirmou a ele a disposição em colaborar com a Fazenda e com a agenda econômica.

“O governo tem que reconhecer que a situação da economia está complicada. Penso que governo tem dificuldade em fazer esse exercício de discutir estabilidade fiscal e corte de gastos. O Congresso tem sido um grande guardião da estabilidade fiscal e das contas públicas. À frente da Câmara, daremos ainda mais espaço para essa agenda”, comentou o deputado.

“Haddad tem uma agenda convergente nesse sentido e vamos trabalhar para que ele tenha mais força junto ao governo. Acho que o governo tem dificuldade de entendimento e Haddad tem sido vencido em alguns temas”, continuou o presidente da Câmara.

Mesmo reconhecendo que o chefe da equipe econômica não tem conseguido implementar 100% de sua agenda, a boa relação de Haddad com o Congresso é um destaque para Motta, e pode ajudá-lo a se fortalecer na defesa da agenda que busca alcançar a estabilidade fiscal.

“O Congresso não se furtou a votar medidas que ajudaram o governo a melhorar a arrecadação. Entendemos que era justo com o país fazer esses ajustes. Vemos que apenas isso não adianta se não fechar a torneira do outro lado. Por isso, a discussão do corte de gastos”, disse o deputado.

“Podemos passar o ano inteiro votando projetos que ampliam arrecadação, mas não vai ter efeito positivo se não for revisto essa questão dos gastos. A população está esgotada em relação a isso [taxações] e governo quer sempre discutir aumento de tarifa e de carga. Não vemos que a solução para os problemas econômicos seja por aí”, apontou.

O parlamentar paraibano pontuou ter boa relação com os ministros petistas Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).

‘Haddad está dando o máximo de si’, diz novo presidente do Senado

O recém-eleito presidente do Senado FederalDavi Alcolumbre (União-AP), expressou apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacando que mantém uma “excelente relação” com o chefe da pasta. As declarações foram dadas no último sábado (1º).

“Tenho excelente relação com ministro Haddad. É até uma oportunidade, sem ser advogado do ministro, mas de perceber que ele está dando o máximo de si para tentar ajudar na agenda econômica do Brasil”, disse em entrevista ao Estúdio i, da Globonews.

Alcolumbre lamentou as disputas políticas e partidárias, ressaltando que tais movimentações buscam desestabilizar a imagem de um homem público que está se dedicando ao máximo em seu trabalho.

“Infelizmente temos disputas partidárias e políticas que acabam entrando em outra esfera e tentando desconstruir a figura de homem público que está dando o máximo de si”, afirmou.

Alcolumbre também elogiou Fernando Haddad, chamando-o de “grande quadro do governo”. O senador revelou que já havia conversado com o ministro da Fazenda antes da eleição e se colocou à disposição para trabalhar em parceria, assim como fez quando Paulo Guedes ocupava o cargo de ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro.

“Eu reconheço e respeito o ministro Haddad como grande quadro do governo, tenho relação extraordinária de relacionamento pessoal e já me coloquei à disposição caso viesse a vencer para caminhar lado a lado do ministro Haddad como fiz com o ministro Guedes”, completou.