Dólar em máxima

Haddad: “no governo anterior, o dólar bateu R$ 6”

Ministro apontou diversas turbulências que impactaram na cotaçaõ da moeda

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, disse que notícias externas podem explicar “dois terços” do que acontece com o câmbio  brasileiro. A declaração vem em um momento em que o dólar atingiu os R$ 5,27. 

“Está tendo turbulência essa semana, e não é a primeira que o Brasil passa. No governo anterior, o dólar bateu R$ 6”, disse Haddad, nesta terça-feira (16) em Washington, sobre as oscilações do Ibovespa e da moeda norte-americana.

A alta coincide com a divulgação da nova meta fiscal do governo Lula, que modificou as previsões do resultado primário. Agora, espera-se 0,0% do PIB para 2026, e superávit apenas para 2027, em 0,25% do PIB. 

“Hoje, de acordo com último dado que eu recebi, nos últimos minutos, o México está sofrendo mais que o Brasil, o peso mexicano está sofrendo mais que o real brasileiro em virtude do fato que está reprecificando tudo, a Indonésia também”, afirmou o ministro.

Segundo ele, fatores como os dados de atividade econômica mais quente no Brasil, números da inflação dos EUA – ainda sendo “dirigidas” –  e o aumento do conflito no Oriente Médio, estão afetando a cotação do dólar. 

Haddad defende que meta atual é realista

Mas Haddad apontou, também, uma turbulência causada pela divulgação das novas previsões de meta fiscal, de acordo com o jornal “O Globo”.

“É preciso “explicar melhor”, ao longo do tempo, o que vai acontecer com as contas públicas brasileiras”, declarou.

Para o mandatário da Fazenda, a nova meta é realista e cobre um aprendizado do governo nos últimos meses. 

Ele destacou, ainda, que essa nova meta alinha-se com a de longo prazo, visando estabilizar a dívida pública. 

Haddad participa das reuniões de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional)  e do Banco Mundial.

Ministro vê que sucessão de Campos Neto não causará turbulências

Roberto Campos Neto passará o cargo de presidente do BC (Banco Central) até o dia 31 de janeiro de 2025. Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, acredita que o movimento será “civilizado e tranquilo”, sem causar turbulências no mercado. 

Haddad revelou, em entrevista à Globonews nesta segunda-feira (15), manter um diálogo franco e permanente com o presidente do BC. Atualmente, a autonomia do BC, aprovada desde 2021, fixou limitações à influência do Executivo quanto às decisões sobre a política monetária. 

Os mandatos do chefe da autoridade monetária e do Palácio do Planalto não podem mais coincidir, conforme as regras vigentes. Logo, sempre ao terceiro ano de cada governo o novo presidente assume o BC, de acordo com o “InfoMoney”.