O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira (19) a diminuição da taxa básica de juros, a taxa Selic. Ao discursar em um evento internacional promovido pelo BC (Banco Central), em São Paulo, o ministro disse que o país está pronto para iniciar um ciclo de queda nos juros e criticou a decisão do BC em manter a Selic em patamar elevado.
“Nós achamos que tem espaço para começar um ciclo [de queda nos juros] mas, enfim, tem uma equipe técnica ali [no Comitê de Política Monetária do BC] que está formada, e que nós procuramos respeitar”, disse.
“Sempre que ouço uma autoridade monetária falar que quando você está combatendo uma infecção, você tem que tomar toda a cartela do antibiótico, eu sempre lembro que também há a observação de que você não pode tomar duas cartelas do antibiótico. Você tem que tomar a medida certa para que a economia consiga, a um só tempo, se reajustar”, disse.
Segundo Haddad, o Ministério da Fazenda já apresentou ao BC dados que mostram que a economia do país comportaria a redução dos juros. “Pelo comportamento do juro futuro, do câmbio, e da própria inflação, e isso no momento em que a economia demonstra que não está desaquecida, como se pensava no começo do ano, ela está desaquecendo porque as taxas são muito elevadas”.
O ministro destacou que a economia do país deve ser gerida tendo-se em mente o bem-estar das pessoas e a promoção do desenvolvimento com justiça social. “Somos servidores públicos, nós temos que servir a nossa gente e promover desenvolvimento com justiça social e, obviamente, em se tratando de um evento do Banco Central, com baixas taxas de inflação”.
Haddad diz que taxa de juros a 13,75% é culpa da “farra” nas eleições
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, na quarta-feira (17), que o motivo da taxa Selic ter chegado a 13,75% foi a “farra das eleições” de 2022. “A autoridade monetária subiu a taxa de juros por descontrole das contas públicas”, afirmou o político em reunião com deputados na Câmara.
Haddad contou que movimento o BC (Banco Central) foi reflexo do que aconteceu em 2021. “O Banco Central se viu na contingência de subir”, disse. “Quando o juro foi a 2%, o câmbio foi a R$ 5, já que investidores acharam que taxa era insustentável”, continuou.
Além disso, o ministro da Fazenda contou que desde que o governo Lula assumiu, a equipe federal passou a trabalha no intuito de “corrigir a confusão fiscal do processo eleitoral”. No dia 12 de janeiro, lembrou, foram tomadas “medidas saneadoras” como a reoneração de combustíveis. Essas medidas podem ajudar a reduzir os juros. “Se consultar vários especialistas, muita gente que entende de economia acredita que há espaço para iniciar ciclo de cortes.”, concluiu Haddad.