Economia

IGP-M de fevereiro recua 0,52% e fica abaixo da média, aponta FGV

O IPA recuou 0,90% em fevereiro, em comparação com o recuo de 0,09% no mês anterior

Em fevereiro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma deflação de 0,52%, marcando uma queda em comparação ao mês anterior, quando registrou uma alta de 0,07%. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

Segundo uma pesquisa conduzida pela Reuters, a expectativa era de uma queda de 0,50%, mas o resultado do mês mostrou que o índice acumulou uma deflação de 3,76% nos últimos 12 meses. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do índice geral e que monitora a variação dos preços no atacado, registrou uma queda de 0,90% em fevereiro, em comparação com o recuo de 0,09% no mês anterior.

IGP-M não sente impacto do El Niño

A Coordenador dos Índices de Preços, André Braz, afirmou que embora o cenário seja desafiador para o setor alimentício, o índice não chegou a sentir tamanho impacto.

“Apesar do El Niño ter prejudicado algumas safras brasileiras, não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional”, disse.

Ao observar os distintos estágios de processamento, nota-se que o segmento de Bens Finais apresentou um aumento de 0,35% em fevereiro, mas isso representa uma queda em relação à taxa de 1,06% registrada no mês anterior.

“Contrabalanceando esse cenário, a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação. Especificamente, os mercados da soja e do milho revelam uma queda acentuada nos preços, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais, com a soja recuando para uma baixa de 14,18% e o milho para 7,11%”, completou.

Essa diminuição foi influenciada principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, onde a taxa passou de 1,19% para uma redução de 0,65% no mesmo período.

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,53%, recuando em relação à taxa de 0,59% observada em janeiro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, três delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação decresceu de 2,11% para 0,11%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o recuo significativo no preço dos cursos formais, que passou de 4,78% na medição anterior para 2,04% na atual.

Governo retira reoneração da folha por MP e enviará projeto

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de assinar, na noite terça-feira (27), uma medida provisória revogando a reoneração da folha de salários de 17 setores econômicos intensivos em mão de obra. Esta medida representa uma mudança significativa na política tributária do país e tem repercussões importantes tanto para as empresas quanto para a economia como um todo.

Conforme anunciado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na semana passada, a questão da reoneração da folha será agora tratada em um projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso Nacional, sob regime de urgência constitucional. Essa mudança de abordagem reflete uma estratégia para garantir um debate mais amplo e participativo sobre o tema, envolvendo todos os atores relevantes.