
O Relatório de Política Monetária do Fed (Federal Reserve) para o Congresso dos EUA afirmou, nesta sexta-feira (20), que a inflação segue um pouco elevada. Além disso, o documento destacou que o mercado de trabalho continua em boa forma.
Contudo, o Fed indicou que as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump provavelmente ainda não começaram a ser sentidas plenamente e reiterou que pode esperar por mais clareza antes de tomar novas decisões.
“Os efeitos sobre os preços ao consumidor dos EUA, decorrentes do aumento das tarifas de importação neste ano, são altamente incertos, já que a política comercial continua evoluindo e ainda é cedo para avaliar como os consumidores e as empresas responderão”, aponta o relatório, segundo o Money Times.
“Embora os efeitos das tarifas não possam ser observados diretamente nas estatísticas oficiais de preços ao consumidor, o padrão das variações de preços entre as categorias de mercadorias neste ano sugere que as tarifas podem ter contribuído para o recente aumento da inflação de bens”, acrescentou o documento.
Até o momento, o impacto das tarifas ainda não apareceu nos dados oficiais de alguns produtos, especialmente automóveis. Apesar disso, o Fed reconhece que as tarifas já afetam a confiança de famílias e empresas.
Decisão do Fed não surpreende, dizem especialistas
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) divulgou nessa quarta-feira (18) que a taxa de juros base dos EUA será mantida entre 4,25% e 4,50%; especialistas do mercado disseram que cenário já era esperado.
Essa é a quarta decisão de manutenção do comitê. Apesar da manutenção dos juros, as expectativas de crescimento econômico e desemprego foram alteradas. Agora, o esperado é que o PIB cresça 1,4%, redução de 0,3% em comparação com a expectativa anterior. Sobre o desemprego, o esperado é de 4,5%, também um aumento de 0,3%.
“Esse enfraquecimento da atividade econômica abre espaço para um possível corte de 50 pontos-base nos juros até o fim de 2025, mas o Fed segue dependente dos dados” disse o economista Hulisses Dias, mestre em finanças pela universidade de Sorbonne.