O progresso alcançado durante a gestão do Presidente da Argentina, Javier Milei, foi classificado como “impressionante” por uma porta-voz do FMI (Fundo Monetário Internacional), nesta quinta-feira (4).
“O progresso até agora tem sido impressionante”, disse Julie Kozack, diretora de comunicações do Fundo avaliando positivamente o desempenho de Milei.
O FMI tem apoiado Milei desde sua posse em dezembro, visando alcançar um déficit zero em 2024, mesmo que isso implique a implementação de um plano de cortes de gastos conhecido como “motosserra”.
“Janeiro e fevereiro registraram um superávit fiscal pela primeira vez em mais de uma década, as reservas internacionais estão sendo reconstituídas, a inflação está caindo mais rapidamente do que o previsto e os indicadores de mercado, como a variação cambial e o spread soberano, continuam melhorando”, afirmou.
O spread soberano representa o valor associado ao financiamento externo de uma nação.
Segundo Kozack, as autoridades argentinas estão executando um “ambicioso plano de estabilização macroeconômica” focado em uma “forte âncora fiscal”, que elimina qualquer financiamento do governo pelo Banco Central.
Durante uma coletiva de imprensa em Washington, ele também mencionou políticas destinadas a diminuir a inflação e a fortalecer as reservas.
FMI vê desafios sociais enfrentados por Milei
Ainda avaliando a gestão de Milei, de acordo com o FMI, é fundamental manter a qualidade do ajuste fiscal em evolução e ajustar a política monetária durante o período de “transição”.
Em uma nação que conta com mais de 12 milhões de pessoas em situação de pobreza, o órgão financeiro elogiou os recentes esforços das autoridades para fortalecer os programas de assistência social, especialmente o emblemático programa de subsídios para crianças, além de garantir a manutenção do valor real das pensões.
A porta-voz enfatizou que as reformas devem contar com apoio tanto social quanto político para assegurar sua durabilidade e eficácia, ao mesmo tempo em que sindicatos do setor público manifestam protestos nas ruas contra a demissão de cerca de 15 mil funcionários.
O presidente Milei reativou um programa de crédito de US$ 44 bilhões com o FMI, sobre o qual as partes mantêm discussões ativas, conforme destacou Kozack, que negou a existência de um novo plano em fase de negociação.
“Neste momento, seria prematuro discutir as modalidades de um possível programa futuro”, declarou.