O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador nacional de inflação, registrou avanço de 1,25% em outubro, o maior para o mês desde 2022, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10).
Conforme os dados, o indicador acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses, acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores(10,25%).
No período, todos os nove grupos que compõem o indicador tiveram alta. O IBGE destacou a elevação do grupo de transportes (2,62%), puxada pelo avanço dos combustíveis (3,21%), resultado da alta da gasolina, que subiu 3,10% e teve maior impacto individual no índice do mês (0,19 p.p.).
“Transportes tiveram a maior variação e o maior impacto (0,55 p.p) de longe no índice do mês”, afirmou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, em nota. “A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobras. Além da gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%)”, completou.
Ainda no grupo de transportes, também registram avanço dos preços das passagens aéreas (33,86%) e do transporte por aplicativo (19,85%).
O grupo de alimentos e bebidas (1,17%) foi a segunda maior contribuição para o IPCA, com 0,24 p.p., diante das altas no tomate (26,01%) e na batata-inglesa (16,01%), que fizeram acelerar a alimentação no domicílio (1,32%).
Já o grupo habitação (1,04%), teve mais uma alta, influenciada pela energia elétrica (1,16%), mesmo com a sua desaceleração no período em relação a setembro (6,47%). “Em outubro, foi mantida a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve ainda reajustes tarifários em regiões com peso significativo no IPCA, como Goiânia, São Paulo e em Brasília”, explicou o gerente do índice.
O botijão de gás (3,67%) também teve destaque em habitação, com a 17ª alta consecutiva em outubro.
A segunda maior variação do indicador ficou com vestuário (1,80%), com altas em todos os índices pesquisados. Além disso, os artigos de residência apresentaram variação de 1,27%, contribuindo 0,05%, e os demais grupos ficaram entre 0,06% de educação e 0,75% de despesas.
Todas as localidades pesquisadas tiveram aumento nos preços em outubro. As variações ficaram com a região metropolitana de Vitória e no município de Goiânia, ambos com 1,53%. A menor variação ocorreu na região metropolitana de Belém (0,64%).