IPCA: Inflação acelera 1,16% em setembro

Essa foi a maior alta para o mês desde 1994.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro registrou um avanço de 1,16%, a 0,29 ponto porcentual (p.p). Se comparado a agosto, o dados foi 0,87% superior. O resultado corresponde ao maior patamar para o mês desde 1994, quando chegou a 1,53%.

A partir disso, o índice acumula alta de 6,9% no ano e de 10,25% nos últimos 12 meses, ficando em linha com as expectativas do mercado. No mesmo período em 2020, ele havia registrado uma variação mensal de 0,64%.

Dos nove grupos pesquisados, oito registraram aumentos, com destaque para habitação, com avanço de 2,56%, que foi influenciado pela elevação de 6,47% na conta de energia elétrica. No mês a bandeira tarifária “escassez hídrica” passou a ser aplicada, acrescentando R$ 14,20 na conta a cada 100 KWH consumidos.

Anterior a bandeira da crise hídrica, em agosto, a bandeira vermelha patamar 2 entrou em vigor, gerando um aumento menor de R$ 9,49.

“Essa bandeira foi acionada por conta da crise hídrica. A falta de chuvas tem prejudicado os reservatórios das usinas hidrelétricas, que são a principal fonte de energia elétrica no país. Com isso, foi necessário acionar as termelétricas, que têm um custo maior de geração de energia”, declarou Pedro Kislanov, gerente do IPCA

Kislanov explica que esse componente teve o maior impacto individual no índice em setembro, 0,31 ponto porcentual, acumulando um avanço de 28,82% em 12 meses.

O grupo de transportes registrou aumento de 1,82% por conta dos combustíveis, que subiram 2,43%, influenciados pela gasolina e etanol, que registraram avanço de 2,32% e 3,79%, respectivamente. As passagens aéreas (28,19%) também tiveram alta, após a queda de 10,69% em agosto.

Em contrapartida,  grupo de alimentação e bebidas apresentou um leve recuo de 1,02%, em relação ao mês anterior, diante da queda do preço das carnes (-0,21%). “Essa queda das carnes pode estar relacionada à redução das exportações para a China. No início do mês, houve casos do mal da vaca louca na produção brasileira. Com a suspensão das exportações, aumentou a oferta de carne no mercado interno, o que pode ter reduzido o preço”, explicou Kislanov.

 

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