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Medidas de corte de gastos vivem momento decisório, diz Ceron

Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, reconheceu que as medidas de corte de gastos causam “uma ansiedade”, mas afirmou que não há decisão clara

Rogério Ceron / Foto: Washington Costa/MF
Rogério Ceron / Foto: Washington Costa/MF

Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, comentou nesta quinta-feira (7) que as medidas de corte de gastos do governo federal estão em um momento de “um processo decisório”. “O trabalho está feito; agora é um processo de decisão”, disse.

Ceron participou de uma entrevista coletiva no Ministério da Fazenda para comentar sobre o resultado do Tesouro Nacional em setembro. O executivo reconheceu que as medidas de corte de gastos causam “uma ansiedade”, mas afirmou que não há definição ou decisão clara sobre o momento do anúncio do pacote.

“Tão logo for decidido”, disse Ceron. “No momento certo, vamos explicar o racional e o que é esperado com as eventuais medidas”, completou, segundo o “Valor”.

Quanto à tese de que o País está se encaminhando para uma dominância fiscal, quando a política monetária não tem mais efeito por conta do descontrole fiscal, o secretário do Tesouro refutou a probabilidade. “Não há nenhum economista de renome falando isso”, afirmou ele. 

“O resultado fiscal está longe de gerar uma dinâmica dessa. De fato, há uma desancoragem da taxa de juros, mas a questão da convergência da inflação é trabalho do Banco Central, que está atuando para isso”, comentou Ceron.

“Tudo que for necessário para garantir que o país siga bem vai acontecer, seja do ponto de vista de política fiscal ou monetária”, reforçou.

Corte de gastos: governo pode alterar pisos da Saúde e Educação

O governo está estudando a possibilidade de incluir alterações nos pisos da Saúde e Educação nas medidas de corte de gastos, informou reportagem do O Globo.

De acordo com o jornal, o modelo apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugere que os pisos deixariam de ser atrelados à receita e passariam a ser vinculados aos limites de gastos do arcabouço fiscal, que determina que as despesas não podem crescer mais de 2,5% acima da inflação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na segunda-feira (4) que acredita que a equipe econômica está pronta “essa semana para anúncio do Plano de corte de gastos“. De acordo com o ministro, a parte técnica do projeto “está avançada”.

Ainda segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou o final de semana trabalhando no pacote de medidas fiscais. “Por deferência a Lula, vamos esperar algumas horas para ter o encaminhamento sobre cortes”, disse o ministro.

Cortes terão o “impacto necessário” para cumprir arcabouço, disse o ministro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas na última quarta-feira (30) que as medidas de cortes de gastos terão o “impacto necessário para o arcabouço ser cumprido”.

“As despesas obrigatórias, [o governo] tem que encontrar uma forma de caberem dentro do arcabouço, é isso que vai dar sustentabilidade”, completou.

A declaraçao de Haddad acontece em um momento de inquietação do mercado diante da demora do governo para divulgar o tamanho do corte nas despesas. A ideia era que as medidas foram anunciadas logo após o segundo turno das eleições, mas o ministro já afirmou que “ainda não há data prevista para a divulgação do novo pacote”.