Prévia da inflação

IPCA-15: com desaceleração, especialistas apostam em corte da selic

A alta de 0,21% nos preços desse mês veio abaixo da expectativa do mercado, que previa uma variação de 0,29% para o índice

IPCA-15 surpreende e anima mercado (Foto: unsplash)
IPCA-15 surpreende e anima mercado (Foto: unsplash)

A desaceleração do IPCA-15 registrada em abril, que marcou redução de 0,15 ponto percentual em comparação com o mês anterior, surpreendeu e animou o mercado, que agora espera a manutenção do corte nos juros.

A alta de 0,21% nos preços desse mês, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (26), veio abaixo da expectativa do mercado, que previa uma variação de 0,29% para o índice. 

Os especialistas pontuam que o dado cria cenário otimista o suficiente para o BC (Banco Central) manter sua postura de corte nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontece nos dias 07 e 08 de maio.

A trajetória de cortes começou em agosto do ano passado após o BC concluir que o cenário era positivo para isso, após avaliar que a alta dos preços está controlada. Desde então, as quedas têm sido de 0,5 ponto percentual.

“Diante desse dado, na minha visão, acredito que o BC continue o ritmo de queda em 0,50% para a próxima reunião”, disse Ana Paula Carvalho, planejadora financeira CFP®️ e sócia da AVG Capital.

Atualmente, a Selic, taxa básica de júros, encontra-se fixada em 10,75% ao ano, menor patamar desde 2022.

Impacto no dólar

Ainda segundo a economista, com este dado favorável para o cenário de corte de juros na próxima reunião do Copom, há a possibilidade do dólar sofre uma pressão, “dado que o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA irão diminuir caso o BC continue o ritmo de 0,50% de queda da taxa Selic”.

“Mas na minha opinião os dados de fora e a situação fiscal no Brasil neste momento tem uma influência mais relevante para o dólar”, avaliou Carvalho.

IPCA-15 surpreende projeções

De acordo com Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, a surpresa baixista do IPCA-15 de abril, diferença de -4bps em relação às projeções, foi concentrada em quatro itens bastante voláteis.

São eles: energia elétrica, gasolina, passagem aérea e combo de telefonia. Por outro lado, produtos farmacêuticos, higiene pessoal e vestuário vieram mais fortes do que o esperado. 

Em sua análise, a economista ressaltou que já era esperado alta nos medicamentos após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços, a partir de 31 de março, ´porém, ainda assim, vieram mais fortes. 

“Atribuímos uma chance do aumento do ICMS modal de alguns estados terem impactado o aumento do repasse dos custos destes itens”, disse.

Grupo de energia recua 0,07% nos preços

Outro destaque no relatório da Warren Investimentos, foi o item de energia elétrica no IPCA-15 deste mês, que registrou uma deflação de -0,07% nas faturas, com a expectativa fixada em 0,65%.

O IBGE atribui ao reajuste de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (2,34%)

Em abril, a prévia da inflação registrou 0,21%, uma redução de 0,15 ponto percentual em comparação com março, quando atingiu 0,36%, segundo dados divulgados na manhã desta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Alementos e bebidas puxam desaceleração

O desempenho foi impulsionado pelo grupo Alimentação e Bebidas, que teve alta de 0,61%, contribuindo com 0,13 ponto percentual para o índice geral. 

Por outro lado, o grupo Transportes foi o único a apresentar queda, com -0,49%, impactando negativamente em 0,10 ponto percentual no índice geral. 

Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foram divulgados hoje (26) pelo IBGE. 

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 ficou em 3,77%, abaixo dos 4,14% observados no período anterior. Em abril de 2023, o IPCA-15 foi de 0,57%.

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