Em meio ao dilema sobre a distribuição dos dividendos da Petrobras (PETR4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode conseguir, pelo menos, R$ 12 bilhões a mais para os cofres do Governo até o meio do ano.
O recurso não está previsto no Orçamento, disseram fontes do governo e da empresa à CNN. O valor será muito bem-vindo pelos cofres da União, que perderam quantia semelhante após o Congresso rejeitar MP que reonera a folha de pagamento.
O ministro declarou, na última quarta-feira (3), que a resposta da Petrobras (PETR4) em relação à suficiência de recursos em caixa para o plano de investimentos da petroleira vai definir a distribuição de dividendos aos acionistas.
Haddad pontuou que ainda não existe um cronograma definido, mas acrescentou que o governo espera uma posição da diretoria da Petrobras, com detalhes sobre o caixa, após resoluções do Conselho Administrativo da estatal.
Dividendos da Petrobras
Após a decisão da Petrobras de não distribuir dividendos extraordinários, suas ações recuaram de aproximadamente R$ 42 para R$ 35. Nesta quinta-feira (4), próximo às 10h30 (horário de Brasília), estavam sendo negociadas a R$ 38,79, com ualta de 0,99%.
Além da alteração na estratégia de distribuição de dividendos, outro assunto que tem preocupado os investidores são os rumores sobre a possível saída do CEO da empresa, Jean Paul Prates.
De acordo com o painel da Folha, desde a “crise dos dividendos extraordinários”, têm circulado nomes de “potenciais substitutos”.
Entre esses nomes estariam Bruno Moretti, atual secretário especial de análise governamental da presidência e ligado ao ministro chefe da casa civil, Rui Costa, e Magda Chambriard, que anteriormente atuou na estatal antes de assumir a presidência da ANP.
Ministro nega intervenção nos dividendos e elogia CEO
O ministro da Casa Civil durante a gestão de Lula, Rui Costa, em uma entrevista concedida na quarta-feira (3) à Globonews, enfatizou que “Jean Paul Prates e a diretoria da Petrobras (PETR3; PETR4) têm desempenhado um bom trabalho”.
Costa também reforçou que a decisão da Petrobras de reter os dividendos extraordinários não está relacionada à intervenção do governo.
“Havia um parecer técnico dizendo que naquele momento seria um excesso de apetite ao risco a distribuição dos dividendos extraordinários, ao que indicava prudência, um cuidado maior”, disse o ministro.